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Em Mongicual faz-se justiça pelas próprias mãos

A forma mais comum para resolução de conflitos no seio da família ou da comunidade no distrito de Mogincual relacionada com fenómenos de adultério, furto, ofensa moral, agressão física e abuso de confiança, entre outras, é a justiça pelas próprias mãos que se têm saldado na morte ou ferimentos graves entre os acusados.

Esta revelação foi feita recentemente pelo administrador de Mogincual, Daniel Hermínio Bento, que admite que a falta de um tribunal e procuradoria distrital dificulta o combate à prática da justiça pelas próprias mãos, pois a maioria dos infractores da lei escapam a justiça que devia puni-los de forma exemplar contribuindo para a mudança de atitude das famílias em relação aquele fenómeno.

Dados apurados pela nossa reportagem indicam que aquele distrito do litoral regista, em média, dez casos por dia relacionados com o fenómeno de justiça pelas próprias mãos tendo por móbil ofensas morais, agressão física. Os abusos de confiança e adultério são outras causas de violência em Mogincual.

Os postos administrativo de Quinga e Quixaxe lideram a lista daqueles que mais casos de violência e justiça pelas próprias mãos. Daniel Bento mostrou-se preocupado pelo facto da violência fazer parte dos jogos de diversão entre os jovens, prática de fácil disseminação no seio das crianças.

O distrito de Mogincual foi duramente flagelado pelo conflito armado que durou cerca de 16 anos no país e, segundo o governante, após a assinatura dos acordos de paz em Roma nenhuma acção de sensibilização digna de realce foi realizada no sentido de dar a conhecer a inconveniência de optar pela violência para o alcance de qualquer objectivo.

Daniel Bento destacou que reina no seio dos funcionários do Estado, em particular da saúde e educação, um clima de medo quando se deslocam aos postos administrativos de Quixaxe e Quinga para realização de trabalhos com as comunidades locais, pois, inesperadamente podem se sentir envolvidos numa zaragata gratuita.

O governante lamentou o facto do seu distrito não constituir prioridade por parte das organizações que desenvolvem acções de sensibilização nas comunidades sobre as desvantagens da violência de uma forma geral e em particular contra a criança, mulher e idosos.

Três activistas da Cruz Vermelha em Mogincual foram mortos de forma brutal há dois anos quando trabalhavam em Quinga na transmissão dos mecanismos para tratamento da água dos poços como forma de prevenção de doenças diarréicas e a cólera que fez vítimas humanas naquela região.

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