O Governo ruandês apela os seus cidadãos que se encontram refugiados em Moçambique para regressarem voluntariamente ao seu país. Este apelo do Governo ruandês não se destina apenas aos refugiados que se encontram em Moçambique, tendo por isso enviado oficiais para diversos outros países africanos, para encorajarem os seus nacionais a repatriarem-se voluntariamente.
Segundo o jornal ruandês “The New Times”, o ministro da Gestão de Desastres e Assuntos dos Refugiados, Marcel Gatsinzi, encontra-se em Moçambique para sensibilizar os refugiados do seu país sobre os benefícios de “regressar a casa”.
“Temos oficiais que foram a diversos países”, disse o Secretário Permanente do Ministério da Gestão dos Desastres e Assuntos dos Refugiados, Antoine Ruvebana, acrescentando que “o que eles vão fazer basicamente é sensibilizar os refugiados sobre o repatriamento voluntário e, como o Governo, ajudar na reintegração dos regressados”.
Além de provocar centenas de milhares de mortos, os conflitos étnicos e a instabilidade que se instalaram no Ruanda, sobretudo depois do genocídio de 1994, causaram a dispersão da população daquele país.
De acordo com as estatísticas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Moçambique conta com um total de 820 refugiados ruandeses e 397 requerentes de asilo. Outros 1.535 ruandeses estão como refugiados nos Camarões, onde também existe 133 requerentes deste estatuto.
Por sua vez, o vizinho Uganda conta com 12.590 ruandeses com estatuto de refugiados, enquanto outros 3.430 estão ainda no processo de pedido de asilo.
Em Moçambique, os ruandeses são parte dos tantos refugiados que se encontram no Centro de Maratane, na província de Nampula, local que parte deles considera como um ponto de trânsito, onde se preparam para seguir viagem até a vizinha África do Sul.
Recentemente, o Governo ruandês iniciou uma campanha destinada a convidar os refugiados do seu país para testemunharem a actual situação no país e regressar nos locais onde vivem para sensibilizarem os seus colegas a repatriarem-se.
Segundo o jornal “The New Times”, esta campanha resultou no regresso voluntário de milhares de ruandeses.