Os naturais, amigos e residentes no distrito de Meconta manifestaram o seu desagrado pela mudança sistemática dos administradores nomeados para dirigir aquele espaço territorial que, nos últimos dez anos, nenhum dos três chegou a cumprir sequer um mandato de cinco anos.
Casos de João Gabriel, Filomena Macie e Daniel Hermínio Bento, siuação que dificulta, segundo os mecontenses, a gestão correcta dos fundos do Estado e o cumprimento dos planos sócio-económicos.
Os manifestantes pediram, por isso, que os administradores nomeados para dirigir este distrito permaneçam pelo menos até ao final do seu mandato ou mais anos para melhor planificação e cumprimento dos programas traçados. A par desta situação, os populares da vila-sede distrital de Meconta queixaram-se do facto de se virem forçados a pagar as taxas de consumo de energia eléctrica a um local que dista, sensivelmente, dez quilómetros.
Aliás, o mesmo acontece em relação à realização de operações bancárias, pois os dois balcões instalados estão a funcionar no posto administrativo de Namialo. Imploramos ao senhor governador que interceda junto das entidades competentes no sentido de instalarem um posto de captação de poupança na vila-sede do distrito, um posto de cobranças de taxa e compra de energia do sistema Credelec, e, também, sensibilizar os agentes económicos para reabrirem os seus estabelecimentos comerciais a grosso e a retalho, que se encontram encerrados há décadas, obrigando-nos a fazer compras em Namialo ou na cidade de Nampula, indicou um dos populares que falava no comício orientado pelo governador Felismino Tocoli.
Outros intervenientes pediram ao governo para actuar com maior exigência na fiscalização de algumas obras públicas adjudicadas a alguns empreiteiros que, vezes sem conta, se desleixam na execução de algumas e abandonam outras antes da sua conclusão. Denunciaram, ainda, situações relativas à concessão do empréstimo do FDD, acusando a existência de algum apadrinhamento na indicação das pessoas beneficiadas.
Respondendo a estas e outras preocupações apresentadas pela populações do distrito de Meconta, o governador de Nampula, que escalou, ainda, as localidades de Mecua e Japire, postos administrativos de Corrane e de Nacavala, respectivamente, e a própria vila-sede distrital, disse ter ficado bem impressionado pelo envolvimento das comunidades no processo de produção de alimentos como um dos pressupostos no combate à pobreza, pese embora as adversidades arroladas pelos populares.
A última visita que efectuamos, há três anos, à Meconta, o distrito não tinha nenhum médico, mas agora estão afectos três, e as populações pediam Escola Secundária, hoje já tem três. Portanto, continuamos com um outro desafio que é o de abastecimento de água potável às comunidades, nomeadamente ao pequeno sistema de Namialo, em Corrane, onde mais de metade das fontes encontram-se avariadas, explicou Felismino Tocoli.
Em relação ao FDD, o governador de Nampula recomendou ao conselho consultivo local o aperfeiçoamento da circulação da informação das pessoas e associações que beneficiam deste montante, por forma a evitar especulações, frisando que todo aquele que solicitar este financiamento deve ter uma resposta, mesmo que não seja do seu agrado.
No que toca às denúncias feitas sobre a má actuação da polícia, o que sentimos é que é necessário fortalecer a ligação com as comunidades e as lideranças locais para que haja uma complementaridade das actividades que estão a ser realizadas, para debelar o crime que está a crescer, muito em particular em Namialo, observou o governador de Nampula para quem o sector da justiça deve divulgar os procedimentos legais junto das comunidades na interpretação da legislação.