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Em Gaza 30 mil pessoas regressam às suas casas e duas mil são reassentadas na Zambézia

Perto de 30 mil pessoas retornaram às suas casas na província de Gaza e, consequentemente, cinco centros de acomodação abertos aquando do transbordo da bacia do Limpopo foram encerrados. Todavia, são necessárias 50 mil tendas para abrigar as outras vítimas das enxurradas, em quatro distritos. Na província da Zambézia, duas mil pessoas foram desalojadas pelas inundações e necessitam de ajuda alimentar e vestuário na localidade de Macuse, distrito de Namacurra.

Na Zambézia, foram criados 15 centros de acolhimento das vítimas das cheias desde que a chuva intensa começou a cair e albergam mais de 11.582 pessoas. As atenções estão viradas para o distrito da Maganja da Costa, onde a situação é considerada crítica.

O governo local refere que, até este momento, a chuva intensa, acompanhada de ventos fortes, matou 11 pessoas, afectou mais de 19.234 famílias, destruiu 5.046 casas, 374 salas de aulas, três centros de saúde, 2.082 hectares de culturas diversas e 12 pontes.

Em Namacurra, nos povoados de Brigodo, Majai, Cuculucu, Cabuir, Mutapa e Macuse, centenas de pessoas ficaram, há dias, sitiadas pelas águas, tendo perdido as suas casas e vários bens.

Os desalojados não têm assistência alimentar e redes mosquiteiras, principalmente as crianças e as mulheres grávidas, o que gera receios de eclosão de algumas doenças como a malária.

O centro de acomodação de Brigodo, por exemplo, alberga 4.300 pessoas. Há relatos de crianças e idosos sem abrigo e a viver em condições de higiene deploráveis. No posto de Furquia, 1.579 pessoas encontram-se acolhidas nas mesquitas.

O trânsito rodoviário entre Namacurra-sede e Macuse, numa extensão de 20 quilómetros, está interrompido desde o início da época chuvosa no país, facto que impede a assistência às vítimas das cheias. O envio de mantimentos àquela região é feito com muita dificuldade, através de pequenas embarcações.

Na província de Nampula, mais de duas mil famílias precisam de ajuda alimentar, vestuário e acomodação. A governadora Cidália Chaúque disse que há um plano em curso no sentido de aliviar o sofrimento de pessoas carenciadas.

Em Cabo Delgado, a ponte que liga os postos administrativos de Mirate e Nairoto continua submersa e a circulação rodoviária está interrompida devido à chuva que cai nos países vizinhos a montante.

Para além de outras estações hidrométricas, as bacias hidrográficas de Messalo, em Mingaleua, e Montepuez, em Mecuia, deverão continuar a subir.

Parcelamento de talhões

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) refere que, em Gaza, foram encerrados os centros de Manjangue e Chilembene, no distrito do Chókwè, Pafuri, em Chicualacuala, e Aeródromo, em Chibuto.

As autoridades locais indicam que há 2.755 talhões parcelados, parte dos quais foram entregues a mais de 1.300 famílias. Contudo, falta dinheiro para a compra de material de construção, pelo que os beneficiários deverão dar o seu contributo.

Em todo o país foram demarcados mais de 3.778 talhões, dos quais 1.770 atribuídos e 762 ocupados pelas pessoas reassentadas. Este número não inclui a cidade de Maputo porque ainda decorre o processo de selecção das famílias.

Rita Almeida, porta-voz do INGC disse que dos terrenos delimitados, 243 encontram-se no Distrito Municipal da KaTembe, 174 na província de Maputo, 2.741 em Gaza e 516 na Zambézia.

Nas três províncias está previsto o parcelamento de 11.020 talhões, dos quais 250 na província de Maputo, 8.790 em Gaza e 1.980 na Zambézia. Estes dados, segundo as autoridades moçambicanas, não são definitivos uma vez que o levantamento dos danos causados pelas cheias ainda está em curso.

Entretanto, na província de Gaza, oito mil famílias, o correspondente a cerca de quarenta mil pessoas, deverão ser reassentadas nos distritos de Chibuto, Guijá, Chókwè e cidade de Xai-Xai.

Relativamente aos alimentos, o Programa Mundial de Alimentação diz que já atendeu mais de 210 mil pessoas desde o início da época chuvosa no país e prevê assistir outras 158 mil nos próximos seis meses, em Gaza.

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