O presidente americano Barack Obama condenou nesta sexta-feira o discurso “ignorante e odioso” dos negacionistas durante visita ao antigo campo de concentração nazista de Buchenwald, no leste da Alemanha. Lembrou que seu país mantinha “ligações estreitas e duráveis” com Israel, ao evocar a memória de 56.000 pessoas, entre elas numerosos judeus, mortos em Buchenwald.
“Hoje em dia há até os que afirmam que o Holocausto não aconteceu jamais, rejeitando fatos e a verdade sem nenhuma base, de forma ignorante e odiosa”, declarou Obama durante um breve pronunciamento, ao final de uma visita ao campo, ao lado da chanceler alemã Angela Merkel e de dois sobreviventes. “Este local desmente por si só estas ideias, e nos lembramos que devemos enfrentar os que falsificam nossa história”, disse ele, numa alusão clara ao presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad que nega o Holocausto.
Os prisioneiros deste campo, onde morreram 56.000 pessoas, “não poderiam advinhar que a nação de Israel emergiria da Shoah nem as ligações estreitas e duráveis entre esta nação e a minha”, declarou o presidente americano após recolher-se diante do memorial às vítimas. O presidente americano destacou igualmente que é preciso sempre “estar vigilante ante o avanço do Mal em nossa época”.
Obama também prestou homenagem à Alemanha, “uma vibrante democracia e um aliado importante da América”, por sua vontade de enfrentar abertamente seu passado. Ele também lembrou que seu tio-avô, Charlie Payne, havia participado, como soldado, da libertação de um dos campos satélites de Buchenwald em abril de 1945.