Uma simpatizante do pré-candidato Mitt Romney causou constrangimento aos republicanos, Segunda-feira, ao afirmar que o presidente Barack Obama “deveria ser julgado por traição”, por estar “a operar fora da estrutura da nossa Constituição”.
O caso lembra o duma mulher que foi repreendida pelo então candidato John McCain, em 2008, ao dizer que Obama era “um árabe” que não merecia confiança.
O incidente de Segunda-feira aconteceu numa fábrica de Ohio, perto de Cleveland. Romney, que tem duras críticas à actuação económica de Obama, ignorou a parte polémica da pergunta da mulher e respondeu citando recentes declarações de Obama sobre a Corte Suprema.
Mas, depois do evento, Romney disse à CNN que não há motivo para julgar Obama por traição. “Não corrijo todas as questões que me são perguntadas”, disse ele. “Obviamente, não concordo que ele deva ser julgado.”
Mas o caso não passou despercebido à campanha de Obama, que acusou Romney de falta de liderança por não discordar publicamente da mulher.
“Repetidamente nesta campanha, Mitt Romney tem tido a oportunidade de mostrar que tem a coragem de erguer-se contra retóricas odiosas e exageradas, e repetidamente ele tem deixado de fazer isso”, disse Lis Smith, porta-voz da campanha do presidente democrata, em nota.
Para a equipe de Obama, esse episódio, mesmo que inflamado, foi uma chance de passar à ofensiva, depois duma recente polémica diplomática entre EUA e China, de pesquisas indicando um crescimento do republicano nos Estados estratégicos, e do apoio declarado pelo vice-presidente Joe Biden ao casamento homossexual, o que salientou a relutância do próprio Obama em abraçar a causa.
Tentando esvaziar o principal ponto fraco de Obama na campanha, que é a economia, a campanha democrata lançou, Segunda-feira, um novo anúncio, que vai ao ar em nove Estados, dizendo que o presidente herdou uma situação crítica e está a comandar uma recuperação notável.