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Eleicoes: Renamo queixa-se da destruicao de seu material propagandistico

A Renamo, o maior partido da oposição, acusa a Frelimo de estar a destruir o seu material eleitoral na cidade e resto da província de Nampula, alegação refutada pelo partido no poder em Mocambique. Falando a AIM na terça-feira, terceiro dia da campanha eleitoral para as eleições gerais e provinciais de 28 de Outubro, o chefe provincial de Mobilização da Renamo, Faustino Licaneque, disse que o facto aconteceu as zero horas do dia 13 do corrente mês, data em que arrancou oficialmente a campanha. “No primeiro dia da campanha, quando eram zero horas, brigadas de cada partido estavam a colar panfletos.

A Frelimo estava a colar na rotunda e nós não mexemos em nenhum panfleto da Frelimo. Mas neste momento não se vê nenhum panfleto nosso porque a Frelimo criou grupos que rasgam panfletos da Renamo”, disse Licaneque. Segundo Licaneque, a liderança do partido não está muito preocupada porque a população conhece a figura do lider da Renamo, Afonso Dhlakama, bem como o símbolo daquela formação política. “Aliás, penso que não são os panfletos que vão votar”, disse Licaneque.

“Nós colocamos panfletos, outros estão aqui, estão aqui”, disse Licaneque, exibindo um punhado de panfletos novos ainda por afixar. “Pernoitamos aqui. Eu estive aqui. Os nossos jovens começaram a colar panfletos. Enquanto colavam atrás vinha um carro da polícia e jovens a pé, com a polícia atrás a escoltar os jovens que subiam os postes descolavam e rasgavam os nossos panfletos”, alegou Licaneque.

Na ocasião, Licaneque aproveitou a oportunidade para fazer um rol de acusações contra a Frelimo e a Policia. “A Frelimo ordenou que o Comando desdobrasse um contingente policial para ir ao nosso encontro e sem mais nem menos nós vimos pessoas da FIR (Forca de Intervenção Rápida) a disparar para o ar só para nos ameaçarem e prender os nossos elementos. Neste momento temos um jovem e mais um membro nosso sob custódia do Comando Provincial.

Até aqui não temos conhecimento dos motivos que levaram a sua detenção”, disse Licaneque. Ele referia-se a um incidente ocorrido no Domingo e que culminou com o espancamento de um simpatizante da Frelimo junto a 2/a Esquadra e que levou a detenção dos seus mentores, que integravam uma caravana da Renamo. “Há muitos incidentes que estão a ocorrer. No período pouco antes da campanha, a Frelimo andou a treinar antigos milicianos em várias partes. Andou a treinar jovens para virem fazer provocações a Renamo”, acusou Licaneque. “Nós nunca tivemos uma protecção da polícia e que nos tenha beneficiado. Quando nós vemos a polícia é porque nos vêem criar problemas.

Por isso, nós já não queremos a presença da polícia nas nossas realizações. A polícia vem para nos incomodar, para nos agredir, para nos criar situações nefastas. Nunca veio para nos proteger”, acrescentou. “Se vamos reagir se não vamos reagir não é assunto que eu posso dizer aqui agora. Mas a verdade é que nos estamos cansados. Nos estamos cansados, porque a paciência tem o seu limite”, referiu. Comentando estas acusações, o chefe das Relações Públicas do Comando Provincial da PRM em Nampula, António de Oliveira Maneque, disse que a sua corporação recebeu apenas uma queixa formal em Namapa, distrito de Eráti, relacionada com a destruição de material eleitoral.

“Foi em Namapa, sede do distrito de Eráti. Essa é a única queixa que nós temos da Renamo contra desconhecidos. São atitudes que são praticadas a calada da noite. Não temos outra reclamação oficial. Aqui na cidade (Nampula) nos ainda não recebemos nenhuma queixa”, disse. O Secretario provincial para mobilização do Partido Frelimo em Nampula, Lourenço Sabonete, considerou as declarações da Renamo de uma “mentira grosseira”.

“Isso não constitui verdade, porque nós Frelimo estamos a pautar pelo cumprimento da lei. É preciso que a Renamo apresente provas, não falar porque deve falar, deve apresentar provas”, disse Sabonete em contacto com a AIM. Por isso, Sabonete afirma que não reconhece e nem confirma que militantes do partido Frelimo estejam a destruir o material de campanha da oposição.

“Se eles têm provas então que apresentem as autoridades competentes, que têm a missão de educar o cidadão, para que o cidadão faça uma boa campanha, para que o cidadão cumpra a lei eleitoral”, afirmou Sabonete. Actualmente, na cidade de Nampula, apenas está exposto o material de campanha da Frelimo e do seu candidato presidencial, Armando Guebuza, não havendo vestígios da oposição.

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