A segunda volta da eleição presidencial da Áustria precisa de ser realizada novamente, determinou o Tribunal Constitucional do país nesta sexta-feira, dando ao candidato do Partido da Liberdade (FPO), derrotado por margem mínima, uma nova chance de se tornar o primeiro chefe de Estado de extrema direita da União Europeia.
A decisão ocorre uma semana depois de o Reino Unido dar uma grande alegria a grupos anti-UE, como o FPO, ao decidir se desfiliar do bloco em um referendo. As preocupações com a imigração e com os empregos tiveram destaque no referendo britânico, assim como na apertada eleição austríaca.
A corte determinou que as irregularidades generalizadas na contagem de mais de 700 mil votos enviados pelo correio criam dúvidas suficiente sobre o resultado da votação para que se ordene um novo pleito.
Norbert Hofer, do anti-imigração FPO, perdeu a eleição de 22 de maio para o líder dos Verdes, Alexander Van der Bellen, por menos de um ponto percentual, ou cerca de 31 mil votos.
Ainda não se sabe se uma nova votação para eleger o presidente, cargo essencialmente cerimonial na Áustria, terá um desfecho diferente.
A desfiliação britânica pode fortalecer o nacionalismo local ou atenuá-lo. O tribunal afirmou estar usando um padrão rígido na aplicação das leis eleitorais, que foram violadas de uma forma que pode ter influenciado a resultado, mas não há prova de que a contagem foi manipulada, disse a corte no seu veredicto.