O Egipto figura entre três países no mundo que com o maior número de jornalistas detidos, de acordo com o recenseamento anual do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Segundo um comunicado transmitido esta terça-feira à PANA, a China possui 49 jornalistas presos, o maior número nunca registado neste país, o que faz dela a nação que detém mais jornalistas no mundo para o segundo ano consecutivo.
O número de jornalistas detidos no Egipto e na Turquia aumentou igualmente de forma espectacular em 2015, embora ligeiramente em diminuição em relação aos níveis recordes notados nos últimos três anos, lê-se no documento.
Sublinha-se que o Egipto tem 23 jornalistas capturados em 2015, contra 12 no ano transacto, e que, na Turquia, o número duplicou durante o mesmo período, atingindo 14.
Para o diretor executivo do CPl, Joël Simon, a maioria dos jornalistas detidos estão concentrados num punhado de países, dos quais a Turquia e o Egito, contendo cada o dobro do número de jornalistas aprisionados em 2014.
“Esta situação indica que há Governos determinados a censurar vozes críticas e abafar qualquer investigação com encarceramentos. Eles são marginais à escala mundial e estas práticas devem ser condenadas”, defendeu.
A estes três países liberticidas se juntaram, em 2015, o Irão, a Eritreia, a Etiópia, o Azerbaijão, a Arábia Saudita, a Síria e o Vietname. Para o segundo ano desde que o CPJ começou a fazer o seu recenseamento anual dos jornalistas detidos, em 1990, nas Américas, não se registou nenhum no quadro do exercício da sua profissão até 1 de Dezembro corrente.
À escala mundial , havia no total 199 jornalistas presos na data de 1 de Dezembro de 2015 mas a lista do CPJ não inclui numerosos jornalistas detidos e libertos ao longo de todo este ano. Mais de metade dos 199 jornalistas detidos no mundo inteiro trabalhava online ao passo que os independentes representam menos de um terço do total, ou seja uma percentagem que diminui de forma constante desde 2011.
A conspiração contra o Estado continua a ser a acusação mais utilizada para justificar a captura de jornalistas, segundo o CPJ.