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Egipto elimina Camarões e caminha para revalidação do título africano

A selecção do Egipto apurou-se esta segunda-feira para às meias-finais da Taça de África das Nações Orange-Angola2010, ao vencer, após prolongamento, no Estádio de Ombaka, em Benguela, a sua congénere dos Camarões, por 3-1. As equipas empataram a uma bola no final dos 90 minutos regulamentares e no prolongamento os faraós, detentores do título, revelaram-se mais coesos, com o seu capitão Ahmed Hassan a comandar a equipa rumo a revalidação do título.

Os camaroneses adiantaram-se no marcador aos 25 minutos, beneficiando de um auto-golo de Hassan, na sequência de um cruzamento de canto de Emana. Apesar do golo camaronês ter surgido numa altura em que a equipa controlava a partida com uma sucessão de cantos, o jogo aéreo não ajudou o conjunto de Paul le Guen, ligeiramente mais alto e, de longe, superior no porte físico, a manter-se na competição.

Em desvantagem, o Egipto, que até então alternava entre a rapidez e a lentidão, na tentativa de adormecer os camaroneses, mudou a estratégia, concentrando o seu jogo no meio-campo adversário, o que veio a resultar no empate, quando aos 36 minutos numa jogada aparentemente inofensiva Hassan “bateu” o guarda-redes Kameny, com um remate a cerca de 40 metros de fora da área.

O jogo tornou-se bastante equilibrado, com as equipas a desperdiçarem uma série de oportunidades, situação não alterada até ao final dos 90 minutos regulamentares e que “obrigou” os intervenientes a mais 30’ de prolongamento.

Neste período, os camaroneses entraram melhor, com o capitão Samuel Eto’o e o seu companheiro Webo, que rendera Emana, a rematarem, em jogadas consecutivas a entrada da área contrária, à defesa de El Hadary, dando sinais de que vinha disposto a resolver a eliminatória. No entanto, os egípcios foram mais felizes, pois, o lateral direito dos Camarões Njitap cometeu um erro crasso ao atrasar a bola para o seu guarda-redes no momento em que Gedo estava por perto e este não perdoou, adiantando a sua equipa no marcador 2-1, quando eram decorridos quatro minutos de prolongamento.

Dois minutos mais tarde, o capitão Ahmed Hassan voltou a bater Kameny a distância, mas, verdade seja dita, desta vez num golo inexistente. Na cobrança de uma falta, o atleta egípcio chutou forte de muito longe, a bola passou por cima da barreira, embateu na trave e no chão, sem ultrapassar a linha de golo, e o juiz sul-africano Damon Jerome assinalou golo, após indicação do seu 1º auxiliar, o rwandês Celestin Ntagungira, que considerou o lance mantendo erguida a “bandeirola”.

Além desta mancha, o jogo ficou marcado pela mostragem de um cartão vermelho directo ao camaronês Chedjou e o elevado número de amarelos mostrados por Damon Jerome (8), sendo cinco aos egípcios e três aos camaroneses. Foram admoestados, Hosni (18 minutos), Fathalla (93’), El Mohamady (38’), Gomaa (38’), Moawad (115’), todos do Egipto, e Njitap (39’), Nkoulou (55’) e Mendjeck (49), enquanto Chedjou foi expulso por ter agarrado Gedo, quando este se isolava a passagem do minuto 111 (6 da 2ª parte do prolongamento).

Falando no final do jogo o médio egípcio Zidan Mohamed disse que a vitoria foi conseguida graça ao espírito de sacrifício e paciência dos jogadores da equipa do Egipto. Zidan reconheceu a qualidade dos camaroneses, sublinhando que os “leões indomáveis” tinham criado muitas dificuldades para o combinado do Egipto nas provas em que participam. Disse que a selecção dos Camarões teve bom domínio do encontro, mas não conseguiu concretizar as várias oportunidades que criou para marcar golos. “Acho que a selecção dos Camarões dignificou a vitória do Egipto, por isso digo que foi o adversário à altura”.

O médio explicou que a sua selecção, já pensa na partida das meias-finais contra a Argélia, formação que afastou o Egipto na qualificação para o mundial 2010. Para si, a selecção da Argélia é um obstáculo que pode ser ultrapassado, esperando que a sorte esteja do lado do Egipto, como tem estado até agora.

Já o atacante camaronês Samuel Eto’o elogiou a exibição da sua equipa mas deu mérito à vitória adversária. Eto’o revelou estar com a consciência tranquila, admitindo que a derrota faz parte do futebol e pode surpreender qualquer equipa engajada numa determinada competição. Destacou que os jogadores lutaram para superar os “Faraós” e corresponderam ao bom nível, facto que o alegra, ainda que não tenham conseguido marcar golos para vencer o desafio.

Quanto ao trabalho do árbitro sul-africano Damon Jerome, Eto’o confessou que o resultado da sua equipa não se deveu à arbitragem, mas à própria dinâmica do futebol. “Eu não sou árbitro. Ainda sou jogador, mas se perdemos hoje creio que não seja por causa do árbitro”, sustentou, assumindo que o jogo acabou e cada um pode retirar as ilações que lhe convenha. 

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