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Escola Eduardo Mondlane celebra Dia da Dignidade em Moçambique

Escola Eduardo Mondlane celebra Dia da Dignidade em Moçambique

Na contramão do resto do país, que, mergulhado nos problemas do quotidiano, olha para os valores da dignidade como acessórios, um grupo de 14 cidadãos nacionais – entre empresários, cantores, apresentadores e artistas – reservou a manhã desta quinta-feira (20) para falar sobre o Dia da Dignidade, celebrado há cinco anos em todo o Mundo. Este ano a efeméride foi celebrada em 80 países e, já se sabe, Moçambique não foi excepção. O local escolhido para receber tão ilustres palestrantes foi a Escola Secundária Eduardo Mondlane, cita no Alto Maé.

Ao todo, estavam previstas 15 palestras. No entanto, Jorge Ribeiro e Filipe António (Phill Baby) não deram o ar da sua graça.

Se alguém, depois disso, pensou que qualquer ausência fosse amainar a expectativa dos alunos, mudou de ideias diante da ovação que dedicaram aos famosíssimos Valdemiro José, Azagaia, Eunice Andrade e Sérgio Faife. Gilberto Mendes, Stephan Morais, Célia Malina Cossa, Tamires Cabral, Erika Soares, Omar Daúdo, Mário Martins, Joaquim Costa e Erik Charas também estavam presentes para o mesmo efeito.

Depois de uma breve recepção, pela direcção da escola, e sessões improvisadas de assinatura de autógrafos, os palestrantes dividiram-se pelas salas.

No meio de alguns histórias surgiam exemplos sobre termos que a dignidade encerra: amor, compreensão, generosidade e honestidade. Mas a definição recorrente ao longo das 15 turmas foi o “respeito”. Ou seja, para os alunos da Eduardo Mondlane não pode haver dignidade onde o respeito escasseia.

 

Capacidade

“Todos temos capacidade, mas nem todos temos oportunidade”, serviu-se deste exemplo o rapper Azagaia para enaltecer o valor da dignidade. No seu entender, negar a oportunidade a qualquer um não é nada mais nada menos do que recusar-lhe a dignidade, pois “todos têm capacidade”.

Stephan Morais, vice-presidente do Banco Nacional de Investimento, foi directo ao ponto: “dignidade é combater a incompetência”. Mais: “devemos dar o melhor de nós, sempre”. Na verdade, mais do que invocar palavras que pudessem impelir os estudantes a acreditarem neles mesmos, Stephan serviu-se do seu exemplo, o que foi bem melhor. Assim, prendeu a atenção da audiência e passou uma história de vida. No final, os alunos e palestrantes reuniram-se no mesmo espaço, no pátio traseiro da escola.

Erik Charas, impulsionador da iniciativa, fez o papel de mestre de cerimónias. Os alunos ocuparam a totalidade das cadeiras o que dizia muito da qualidade das palestras. Outros ainda ficaram nos corredores. Os palestrantes, mais uma vez, passaram pelo microfone e falaram, não só do que ensinaram, mas também do que aprenderam.

Eunice Andrade arrancou lágrimas da plateia como uma história sobre a importância de amarmos o próximo como a extensão de nós mesmos. Uma história sobre o amor incondicional. Em poucas palavras, um rapaz sabendo que o seu tempo na terra estava no fim e de que morreria naquele dia, foi ter com o irmão, o pai e mãe para dizer o quão os amava, mas estes compenetrados nas suas tarefas, ignoraram-lhe. Situação que voltou a acontecer na hora da vigília, mas que obteve a mesma indiferença da parte dos familiares. No dia seguinte o miúdo foi encontrado morto e com uma mensagem no peito dizendo que amava os familiares. Porém, já era tarde para que eles demonstrassem um sentimento que nutriam por ele, mas que por estarem tão atarefados não tiveram tempo de dar-lhe.

Em suma: é sempre bom retribuir o amor que nos dedicam porque não fazê-lo é não ser digno desse sentimento. E isso, diga-se, é desconhecer por completo o que é dignidade.

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