Houve muitos mais boletins de voto em branco do que nas últimas eleições gerais. Na eleição presidencial 2004, 2,9% dos votos colocados nas urnas estavam em branco, sem qualquer marca.
Para a Assembleia da República a taxa de votos em branco foi de 5,2%. Estes números tendem a ser mais baixos nas cidades e mais altos nas zonas rurais e, em parte, reflectem os eleitores analfabetos que não compreendem o processo e limitam-se por isso a depositar o boletim de voto nas urnas.
Mas este ano os votos em branco foram de 6% na eleição presidencial e 8% na eleição para a AR. Novamente os votos em branco foram mais elevados no norte – em Cabo Delgado, Nampula e Zambézia os votos em branco foram mais de 9% na eleição presidencial e mais de 12% na eleição para a Assembleia.
Estes números são suficientemente elevados para significarem uma forma de protesto. A Frelimo fez um grande esforço para levar as pessoas a votarem e muita gente, por exemplo funcionários públicos, podem ter sentido essa pressão para ter tinta no dedo indicador e provar que votaram. Alguns destes usaram o voto em branco para dizer que na verdade não queriam votar.