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…e tonota(mos) ao som da vitória de Jimmy!

...e tonota(mos) ao som da vitória de Jimmy!

No dia em que África celebrava mais uma data festiva da sua liberdade, a cidade de Maputo revelou inconstância no aspecto da temperatura – que se alternara entre o frio, o calor e, por vezes, algumas ameaças de precipitação. No entanto, na noite da mesma efeméride, 25 de Maio, o génio do Jazz moçambicano, Jimmy Dludlu, colocou ordem na situação: “Tonota”.

Na verdade, se Tonota, o mais recente trabalho discográfico do célebre artista moçambicano, Jimmy Dludlu, fosse um verbo, teríamos um grave problema linguístico: é que não haveria uniformidade, muito menos homogeneidade na forma, nos temos e modos de conjugação em relação aos demais.

Cada pessoa “tonotaria” à sua maneira, como a sensação do agradável do público que demandou o seu concerto no fim-de-semana passado, em Maputo, só pode ser narrado da melhor forma por cada cidadão que esteve no Coconuts.

De qualquer modo, um aspecto é incontestável o Afro-jazz que Jimmy nos apresentou, além da vitória sabe a liberdade. Como tal, se fosse para contar a história, como base na nossa experiência, começaríamos assim:

Uma noite inesquecível

O dia 25 de Maio, Sexta-feira, começou com insinuações de que algo marcante iria acontecer. Ninguém previa o quê exactamente. Durante o dia a temperatura manteve-se alta. À noite, ela desceu bruscamente.

Muitos preferiram o agasalho com camisolas, cachecóis e tudo o que lhe conferisse algum conforte. Alguns, nem por isso – se calhar porque previam o que iria suceder mais adiante. De uma ou de outra forma, todos abandonaram os seus aposentos rumando para um destino comum: o Coconuts.

O motivo era mesmo axiomático: ver um dos maiores astros do jazz africano, o guitarrista moçambicano radicado na África do Sul, Jimmy Dludlu. Para os mais entendidos na matéria, celebrar o “Tonota in the Groove”, o mais recente trabalho discográfico do artista, que foi considerado o Melhor Ábum Jazz do ano 2011, pela South África Music Award (SAMA), era o mais modesto fundamento.

Chegou a hora 22 e ainda, quiçá, havia assuntos relacionados com a organização que condicionou o início do evento em tempo previsto. Enquanto isso, alguns cidadão viam-se possuídos pela impaciência e, outros ainda, pela ansiedade.

Quando o quarteto constituído por estudantes e antigos discípulos do Jimmy na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) subiu ao palco para animar os presentes com umas notas do seu jazz, o espaço do Coconuts ainda não estava repleto de público.

O quarteto, apesar de composto por discípulos do Afro-jazz, deixou ficar em palco para além do seu talento, a sensação de que a noite seria imprópria para cardíacos.

Algum tempo depois, Muzila, outro jovem talento moçambicano, não perdeu a oportunidade de assaltar o palco da discoteca do Coconuts que aos poucos ficava abarrotado der pessoas vindas de diversos pontos da capital. Cantou com a sua espantosa voz e encantou com notas do seu saxofone. Os espectadores não perderam de vista o talento que se manifestava em palco. Por isso, elogiaram-no com demorados aplausos.

Quando menos se esperava, sabido que ainda havia um artista na lista dos convidados, o mestre-de-cerimónias chamou ao palco o machope de Chamanculo que desde o primeiro minuto aqueceu o ambiente com os seus acordes.

Jimmy entoou músicas do seu novo trabalho, o premiado Tonota, bem como dos transactos álbuns que, por sinal, foram os que mais levantaram o público visto que são do seu domínio.

Não faltou a Jimmy espaço para improviso e, por cerca de 40 minutos, o artista pôs a nu a sua capacidade criativa em palco. Deliciou o público entoando com a sua guitarra as lendárias músicas de Michael Jackson, os cânticos populares das zonas interiores de Moçambique, até que entendeu que o melhor era abandonar o palco e para se juntar ao público e com ele fazer a festa de celebração do “Tonota in the Groove”.

Não deixou fugir o seu lado bailarino e por alguns instantes soltou-se da guitarra para demonstrar as suas habilidades na dança. Dançou e fez dançar. Tocou a sua guitarra, maravilhando o público que não parava de gritar.

Em suma, o espectáculo demonstrou cumplicidade entre a popularidade do bem-sucedido artista moçambicano e o público amante do Afro-Jazz que lotou o Coconuts.

No fim, Jimmy Dludlu agradeceu o apoio que teve e prometeu fazer mais shows no país, ainda este ano.

Saliente-se que em Agosto, festa similar será realizada no Botswana, concretamente na aldeia de Tonota, onde Jimmy Dludlu agendou um espectáculo também de celebração do prémio.

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