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‘@Verdade da Manhiça: E se fosse eu o Manuel Chang naquele sábado por esquecer?

A noite de 10 de Setembro é para qualquer moçambicano orgulhoso do país que tem, de esquecer. Quem não pôs sobre esta uma rocha, é porque vive de angústia.

Aquela data e acontecimento, mostrou-nos um sol de pouca dura. Sol que brilhou jubilosamente durante o dia para naquela noite deitar-se, enchendo de sono e mágoa todo e qualquer moçambicano esperançoso de ver o primeiro se não o único ouro para Moçambique nos décimos jogos africanos por si organizado.

Nós não podemos negar que o público, melhor, o moçambicano foi de encontro aos apelos de atingir a sua melhor marca pessoal e as jogadoras o seu melhor, aliás, temos que admitir que houve inclusive muito público que não conseguiu aceder aos pavilhões e que os mesmos andaram abarrotados de gente. Demos em conjunto o nosso melhor e ninguém pode reclamar por isso.

Outrossim, vimos várias personalidades a acederem em massa aos pavilhões Lurdes Mutola do Grupo Desportivo de Maputo e do Maxaquene onde decorreram os jogos da nossa selecção feminina a fim de conferirem a sua auto-estima e confi ança depositadas naquelas meninas, diga-se, por pouco de ouro. Naquela triste noite de 10 de Setembro, dentre várias personalidades que compuseram a tribuna VIP vimos o Manuel Chang SEXA Ministro das Finanças.

Ora, a presença desta fi gura nos campos de jogo alegrou-nos e muito, pois serviu de exemplo e força para o país inteiro e da nossa auto-estima como moçambicanos. Mas, como não me contento com pouco, ele, sendo membro do Governo podia ter feito mais do que simplesmente assistir e gritar “ah muleza”.

Mas o que exactamente? Não estarei aqui a cogitar que o SEXA Manuel Chang sente-se no banco técnico a comandar as meninas? Não, não. Eu já explico, mas antes permitam-me encarnar-me no Manuel Chang:

– Acompanhando o jogo terei notado que a nossa selecção não ia a bom porto e prova disso, foi o resultado que levávamos para o intervalo da primeira parte em que perdíamos retumbantemente por claros 14 pontos de diferença, 31 – 45 para o Senegal. Nisso, finda a primeira parte, devia eu ter abandonado a tribuna VIP, cortando, mesmo aos empurrões e sem protocolo algum, povo abaixo até chegar ao estandarte.

Ademais, furioso e mesmo quebrando a consideração que me faz ter Mercedes e regalias exorbitantes, trespassaria aquele salão em direcção ao banco técnico. Muitos não iriam perceber a minha ideia ou pensariam erradamente que estou descontente e com intenções de enxovalhar o seleccionador. Mas com isso não me importaria, aliás, nem me importo com o que se fala e pensa de mim.

– Chegado ao banco técnico, seguraria com tamanha violência de quem dá tudo a perder, uma das jogadoras, nesse caso a Deolinda Gimo. Puxava-a para escassos metros do restante grupo e me dirigia a ela nos seguintes moldes: Deolinda. Por favor! Faça tudo que estiver ao teu alcance para nossa selecção sair deste jogo vitoriosa.

E transmita isto às vossas companheiras. Todo povo moçambicano está convosco e por essa razão são 100 mil meticais para cada uma de vós ainda hoje se vencerem este jogo. 100 mil nas vossas contas. Estou lá em cima à vossa espera.

– Dito isto, sairia daquele local quieto e seguindo o mesmo percurso de volta à tribuna. E o prometido? Éh, mpsi, me viraria para conseguir até mesmo sacrificando as minhas pobres economias, salário e regalias. Seria por uma causa justa: impor a nossa moçambicanidade e fazer valer a organização dos décimos jogos africanos.

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