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Dubai inaugura edifício mais alto do mundo e tenta resgatar sua imagem

Dubai inaugura edifício mais alto do mundo e tenta resgatar sua imagem

Dubai inaugurou esta segunda-feira o arranha-céu mais alto do mundo com o objetivo de superar os limites da arquitetura e também fazer um resgate de sua imagem, ofuscada pela recente crise de sua dívida financeira. Fogos de artifício, fontes musicais, espetáculos de luz e som: o emirado não poupou esforços para maravilhar os 6.000 convidados à cerimônia de inauguração da torre, que coincide com o quarto aniversário da chegada ao poder do soberano de Dubai, xeque Mohammad ben Rached Al-Maktum.

Os organizadores instalaram telões perto da torre para permitir aos curiosos acompanhar a cerimônia, transmitida ao vivo. Burj Dubai, a torre de vidro de 160 andares e mais 800 metros de altura que utilizou 330.000 m3 de concreto e 31.400 toneladas de barras de ferros, se ergue entre o deserto e o mar como um ícone arquitetônico visível a 95 km de distância.

Para o arquiteto Bill Bajer, engenheiro civil e sócio da Skidmor, Owing and Merrill (SOM, com sede em Chicago), Burj Dubai se converterá num novo referencial. “Aprendemos muito com o Burj Dubai. Acho que agora poderíamos construir com facilidade uma torre de um quilômetro. Somos otimistas sobre a possibilidade de ir mais alto. É, sem dúvida, um novo ponto de referência”, afirmou à AFP.

“Ao conseguir o contrato, achávamos que bateríamos por pouco o recorde da Torre de Taipé (508 metros). Mas nosso cliente (a Emaar Properties) nos pedia a toda hora para ser mais alto, sem nos dar limite. Conseguimos adaptar a estrutura, como se afinássemos um instrumento musical”, explicou. A Emaar Properties, proprietária do Burj Dubai, é um grupo controlado em parte pelo governo, e não comunicou a altura exata de seu deslumbrante arranha-céu.

O edifício com base em forma de Y se estreita à medida que ganha altura. É prolongado por uma estrutura de aço, que termina numa enorme flecha. George Efstathiou, da SOM e principal diretor do projeto, afirma que sua base em Y, que leva em consideração o efeito do vento, assegura a estabilidade da estrutura. “Haverá muitas tempestades que sequer serão sentidas.

A torre é mais estável que outros arranha-céus muito menos altos”, acrescentou. As obras, iniciadas em 2004, foram realizadas pela companhia sul-coreana Samsung Engineering & Construction, o grupo belga BESIX e a sociedade dos Emirados Arabtec. Burj Dubai, que dispõe de mais de 1.000 apartamentos, escritórios e um luxuoso hotel Armani, é o elemento central de um gigantesco projeto de 20 bilhões de dólares, o novo bairro “Downtown Burj Dubai”, que inclui 30.000 apartamentos e o maior centro comercial do mundo.

Pouco antes da inauguração, agentes imobiliários registraram uma alta da demanda nas unidades residenciais do Burj. Em 2009, os preços da moradia caíram mais de 50% no emirado, mas, segundo os agentes, a queda revelou ser menor no Burj Dubai, onde o metro quadrado na zona comercial alcançou até 5.500 dólares em 2008, no pico da bolha imobiliária. “Comprei um pequeno apartamento no 80º andar por 3 milhões de dólares. Com a queda dos preços, minha perda seria enorme no caso de venda”, declarou um empresário palestino à AFP.

O Burj Dubai pode ser, segundo alguns observadores, o último dos faraônicos projetos pelos quais Dubai ganhou fama mundial, incluindo uma ilha artificial em forma de palmeira construída pelo gigante da construção Nakheel, em função das dificuldades financeiras do emirado. A Nakheel é uma filial do conglomerado Dubai World que pediu uma moratória sobre uma dívida de vários milhões de dólares.

Mas, segundo Efstathiou, Burj Dubai manterá seu recorde mundial durante uma década, dado que os outros projetos provavelmente deverão ser adiados por causa da crise econômica mundial. “Quando se concebeu o Burj Dubai, a situação era totalmente diferente: a principal força motriz desta torre é a economia”, afirmou. “Noventa por cento do projeto já estão vendidos (…) Os ciclos econômicos vão e vêm. A crise durou muito tempo, mais de 20 meses. Chegamos a seu fim”, afirmou o presidente da Emaar, Mohammed Alabbar, para quem a inauguração da torre repercutirá de forma positiva no setor imobiliário de Dubai.

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