Dois indivíduos estão a ver o sol aos quadradinhos desde semana passada nas celas da 2ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula, nomeadamente um agente daquela corporação afecto à 3ª Esquadra da cidade capital e um membro do policiamento comunitário no bairro periférico de Carrupeia.
Ambos são acusados de terem efectuado diligências no distrito de Eráti, sem a devida autorização dos superiores hierárquicos. Informações em poder do nosso jornal referem que, na operação em causa, os visados capturaram a esposa de um foragido, conduzindo-o à cidade de Nampula, onde a enclausuraram e forçaram-na a práticas sexuais, numa casa arrendada para o efeito. De onde só viria a ser solta muitos dias depois mediante a intervenção da PRM, que teria recebido denúncias dos residentes vizinhos.
A missão levada a cabo por aquele grupo tinha em vista, além da captura do autor do crime, a recuperação de uma motorizada furtada na cidade capital, cujo proprietário lhes havia prometido uma aliciante gratificação. Abordado pelo nosso Jornal sobre o caso, Oliveira Maneque, porta-voz do Comando Provincial da PRM em Nampula, observou que o mais estranho é que embora os dois polícias tenham, duante as buscas efectuadas em Eráti, recuperado a motorizada ropubada, não chegaram de a trazer para Nampula.
E considera o procedimento uma tentativa de extorsão ao proprietário da motorizada. Em relação ao facto de as diligências terem sido realizadas à revelia dos devidos procedimentos, o agente da corporação será objecto de processo disciplinar, enquanto o membro do concelho comunitário, conhecido por Muachana e com alguns precedentes, sofrerá a punição prevista nestes casos.
