Dois militares colombianos, do grupo de 23 que a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colómbia (Farc, marxista) pretende trocar por 500 de seus militantes presos, completaram na quarta-feira doze anos de cativeiro, lembraram seus familiares.
O sargento do Exército, Luis Beltrán, e o soldado Arturo Arcia caíram em poder das Farc em 3 de março de 1998, no município de El Billar, no departamento (província) de Caquetá (sul). “Imploramos ao senhor presidente, Alvaro Uribe, que antes de terminar seu mandato (em agosto próximo), faça o que estiver a seu alcance para a volta do nosso familiar. Pedimos, também, às Farc que tenham a grandeza de libertá-lo o quanto antes”, disse Cristina Arcia, irmã de um dos militares.
“São doze anos de angústia, tristeza, luta, de tantas coisas que aconteceram, é algo muito duro e cruel o que nos coube viver”, assegurou, por sua vez, Virginia Franco, mãe de Beltrán. Estes dois militares são, depois dos suboficiais do Exército Pablo Emilio Moncayo e Libio José Martínez, os reféns das Farc que mais tempo estão em cativeiro.
A última prova de vida, um vídeo, foi dada em 31 de agosto de 2009. As Farc anunciaram, em abril do ano passado, que libertarão unilateralmente Moncayo e o soldado Calvo, e que entregarão os restos mortais do capitão Julián Guevara, morto em cativeiro, a instâncias do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e da Igreja Católica, com a participação logística do governo brasileiro.
Até agora, estas libertações não aconteceram. No entanto, a senadora da oposição Piedad Córdoba, que já coordenou outras libertações de reféns das Farc em 2008, anunciou que elas ocorreriam na segunda quinzena de março. As Farc são a guerrilha mais antiga da Colômbia, com 45 anos de luta armada. Segundo o governo, lutam em suas fileiras 7.500 combatentes.