A questão de atraso de salários na Zambézia parece estar a ser uma questão que vem ganhando terreno. As justificações de quem gere a província são inúmeras, mas a realidade dita o contrário e há pessoas que estão a sofrer por isso.
Os salários de Abril, por exemplo, saíram para o sector de educação só esta semana que está a findar e como de sempre a culpa caiu para os gestores do sector ao nível da cidade, mesmo sabendo que não é verdade, Eugénio Gocinho e seu colectivo assumiram culpa de uma possível desorganização do sector das finanças.
Tem sido assim e ao que se vê, o assunto de salários tem vindo a deixar os funcionários com nervos a flor da pele. Se os funcionários andam com os nervos a flor da pele, o não consegue Diário da Zambézia entender o desfasamento dos pronunciamentos dos membros do governo da Zambézia. Mas vamos aos factos.
No mês de Fevereiro passado, o porta-voz do governo da Zambézia, Alberto Manharage, por sinal director provincial dos Transportes e Comunicações, veio aos órgãos de informação dizer que o atraso de salários que se verificou no mês de Fevereiro tinha a ver com a mudança de instalações da direcção provincial do Plano e Finanças da Zambézia, para novas instalações.
Manharage avançava que o sector que trata dos salários é muito sensível, dai que a mudança foi feita cuidadosamente o que provocou aquele atraso no pagamento dos salários. Sim senhor, quem não entende acreditou e engoliu as justificações do porta-voz do governo da Zambézia.
Já à margem das comemorações do dia 1 de Maio, dia internacionalmente consagrado aos trabalhadores, numa entrevista que a directora provincial do Plano e Finanças, Joaquina Gumeta, concedeu aos órgãos de comunicação social, esta questão foi levantada pelo nosso repórter.
Quando questionamos a directora Gumeta sobre os sucessivos atrasos salariais e a justificação de que tudo deveu-se com a mudança de instalações por parte da sua direcção eis as suas palavras que passamos a citar: “Não tem nada a ver com a mudança, o que aconteceu é que houve outras questões (não revelou quais) que ditaram no atraso dos salários de Fevereiro”-fim de citação.
Mais adiante, Gumeta disse que naquele mês, não foram todos sectores que viram os seus salários atrasados, mas sim alguns, incluindo até a própria direcção onde ela dirige. Com estes dois pronunciamentos de dois membros do governo da Zambézia, vem muitas perguntas uma das quais: Será que estas decisões que se tomam são de consenso? Se são, então porque cada um dispara para o seu lado?