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Dois cidadãos condenados por rapto de albino em Nampula

Dois cidadãos foram condenados a 16 anos de prisão cada, na quarta-feira (13), pela 6ª sessão do Tribunal Judicial de Nampula, por envolvimento no rapto frustrado de um albino, em Outubro do ano passado, no distrito de Mecubúri.

Os visados são Bernardo Martins, de 29 anos de idade, e Nelson Apai, de 22 anos de idade. À data do crime, eles residiam no bairro de Nivalene 2, naquele distrito. Para além de 16 anos de prisão, os dois réus deverão pagar 20 mil meticais cada de indemnização a vítima, 400 meticais de impostos de justiça e 100 meticais diários de emolumentos.

A vítima responde pelo nome de Eleutério João. Ele foi raptado por três indivíduos, dos quais dois já condenados e um em parte desconhecida, quando regressava da mesquita, na vila sede do distrito de Muecate. Ele foi atado os membros interiores e superiores com a intenção de ser transportado até a Ribáuè, onde supostamente seria vendido.

O plano foi abortado pela Policia que se fez passar por compradores. Um dos réus condenados é cunhado da vítima, viviam na mesma casa e foi ele quem fornecia informações ao seu grupo sobre os movimentos do seu familiar.

Dimas Morrôa, Juiz da causa, disse que o tribunal continuará implacável contra qualquer acto de má-fé visando ameaçar a integridade de pessoas com problemas de pigmentação da pele.

“Todos somos iguais e gozamos dos mesmos direitos. Nas nossas veias corre o mesmo sangue e temos de desencorajar crimes hediondos contra pessoas albinas”, disse Dimas Morrôa.

Por seu turno, Arlindo Murria, advogado dos condenados, considerou que as penas aplicadas são justas por se tratar de um crime frustrado, mas no seu entender o Ministério Público e a Polícia de Investigação Criminal (PIC) devem trabalhar mais na investigação no sentido de se identificar os mandantes deste tipo de crimes. Ele acrescentou que não se explica que um dos integrantes do grupo tenha fugido depois da sua detenção.

Em representação da Associação de Pessoas Albinas, Ali Faque disse que a pena aplicada a Bernardo Martins e Nelson Apai não é exemplar. “Ficaremos satisfeitos se um dia forem identificados os mandantes destes crimes, para que o mal seja cortado pela raiz”.

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