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Doente em Cuba, Chávez falta à festa da própria posse

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, continua doente em Cuba enquanto os seus partidários preparam-se para uma grande demonstração de apoio no dia em que ele deveria tomar posse para um novo mandato de seis anos, esta Quinta-feira (10).

O adiamento da posse, inédito na história venezuelana, ilustra a gravidade do estado de saúde de Chávez, que já passou por quatro cirurgias em decorrência de um cancro na região pélvica.

O vice-presidente Nicolás Maduro, um ex-motorista de autocarro já apontado por Chávez como seu herdeiro político, comanda interinamente o país.

“Gente viajando a pé, os humildes, os patriotas… Amanhã vamos nos manifestar, um povo orgulhoso com um slogan: somos todos Chávez!”, disse Maduro na noite da Quarta-feira, numa reunião ministerial transmitida pela TV.

O presidente socialista, figura omnipresente na mídia local desde a sua ascensão ao poder em 1999, não é visto ou ouvido em público desde a cirurgia de 11 de Dezembro. Os 29 milhões de venezuelanos agora acompanham nervosamente aquele que pode ser o último capítulo na extraordinária vida de Chávez, que cresceu numa humilde moradia rural para se tornar um dos mais conhecidos chefes de Estado do mundo.

A saga também tem enormes implicações para Cuba e outros países com governos de esquerda, que se beneficiam do petróleo subsidiado e de outras generosidades chavistas.

Vários amigos estrangeiros, incluindo os presidentes esquerdistas do Uruguai, Bolívia e Nicarágua, devem participar dos eventos da Quinta-feira em Caracas, apesar da ausência de Chávez.

As autoridades convocaram a população para ocupar os arredores do palácio presidencial de Miraflores. “Levem as suas canções, levem os seus cartazes, para que todos saibam que estamos ao lado de Chávez nesta revolução”, disse o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.

A oposição venezuelana está furiosa com o que vê como uma manipulação da Constituição por parte do chavismo, para evitar a nomeação de um presidente interino devido à ausência de Chávez, Quinta-feira.

Henrique Capriles, candidato derrotado por Chávez na eleição presidencial de Outubro, disse no entanto que a oposição não pretende realizar uma manifestação paralela, devido ao risco de violência. “Não convocar as pessoas às ruas não é um sinal de fraqueza, mas de responsabilidade”, disse ele a jornalistas.

“Quem lucra com um cenário de conflito? Eles ganham, os pseudolíderes que não são donos do país, nem da sua soberania.” A embaixada dos EUA em Caracas aconselhou os cidadãos norte-americanos na Venezuela a terem cautela nos próximos dias.

Um militar venezuelano de alta patente disse à TV estatal que a segurança nas fronteiras está a ser reforçada, e que as forças de segurança estão presentes para transmitir “uma sensação de paz e tranquilidade”. O governo divulga poucos detalhes sobre o estado de Chávez, o que alimenta rumores.

Quarta-feira, as autoridades reguladoras da mídia informaram que o canal de oposição de TV Globovision será alvo de um procedimento administrativo por “gerar ansiedade” com a sua cobertura da doença do presidente.

A versão governamental é de que Chávez sofreu complicações depois da última cirurgia, incluindo uma severa infecção pulmonar, mas que está a reagir. Pelo Twitter, no entanto, correm especulações de que ele estaria a sobreviver por aparelhos, ou correria o risco de uma falência generalizada dos órgãos.

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