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Dissidente cubano completa 50 dias de jejum disposto a ir ‘até o fim’

O opositor cubano Guillermo Fariñas completou esta quarta-feira 50 dias de greve de fome, com complicações devido a uma infecção, mas disposto a continuar seu protesto “até o fim”, segundo disse por telefone à AFP. “Isso continua até o fim. Há momentos em que a morte é necessária, e já estou condenado à morte pelo (presidente cubano) Raúl Castro”, declarou Fariñas, 48 anos, no hospital de Santa Clara, 280 km a leste de Havana, onde foi internado em 11 de março.

O dissidente iniciou seu jejum em 24 de março para exigir a liberdade de 26 presos políticos doentes, um dia depois da morte do preso político Orlando Zapata, que ficou quase três meses em greve de fome na prisão, exigindo melhores condições carcerárias. “Tinha esperança de que algo mudasse (que o governo atendesse seus pedidos), mas depois do discurso de Raúl Castro, não tenho nada a dizer a ele. Ele quis que eu me rendesse, mas não lhe darei o gosto”, afirmou o dissidente.

Ao referir-se a Fariñas, Raúl Castro disse em 4 de abril que “aconteça o que acontecer” não irá ceder à “chantagem”, e acusou os Estados Unidos e a União Europeia de orquestrar uma campanha para “desacreditar e desestabilizar” a ilha com a greve de fome de opositores. Fariñas, psicólogo e jornalista, disse estar se sentindo “esgotado” e com “dores em todo o corpo” por conta da febre causada por uma infecção por estafilococo, que os médicos combatem com fortes antibióticos.

O seu médico pessoal, o também opositor Ismel Iglesias, considerou que a nova infecção – que deixou Fariñas à beira de um choque séptico (falência circulatória aguda de causa infecciosa) em março pelo estafilococo dourado – coloca a vida dele em perigo. “A bactéria pode invadir o organismo, causar a falência de um órgão ou provocar uma infecção generalizada”, completou.

A mãe de Fariñas, Alicia Hernández, disse à AFP que seu filho está “muito frágil”, mas “mantém sua posição”. O governo não reconhece presos políticos – em torno de 200, segundo a dissidência – e acusa os opositores de serem “mercenários” pagos por Washington.

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