O dissidente cego chinês Chen Guangcheng fez, esta Quinta-feira, um dramático apelo para ir aos Estados Unidos num telefonema transmitido em directo a uma audiência parlamentar norte-americana.
“Quero ir aos Estados Unidos para descansar. Não descanso há dez anos”, disse Chen por celular, em mandarim. “Estou preocupado principalmente agora com a segurança da minha mãe e dos meus irmãos. Quero realmente saber o que está a acontecer com eles.”Aparentemente, Chen falou do hospital em Pequim onde está isolado depois de passar seis dias na embaixada dos Estados Unidos, onde refugiou-se depois de escapar da prisão domiciliar numa aldeia da província de Shandong.
Ele deixou a embaixada, Quarta-feira, dizendo que pretendia manter o seu activismo na própria China, mas em seguida mudou de ideia e passou a pedir asilo nos Estados Unidos.
Chen reiterou o seu pedido para uma reunião com a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que está em Pequim para reuniões de alto escalão.
“Espero que eu possa conseguir mais ajuda dela. Também quero agradecé-la cara a cara.” O activista jurídico autodidata disse temer por sua família e pelos aldeões que ajudaram-lhe na sua fuga.
“Quero também enfatizar que, depois de ter desaparecido de Shandong, a educação da minha filha foi cancelada imediatamente. Ela não foi mais autorizada a ir à escola … Todos os aldeões que estavam a ajudar-me também sofreram represálias.”