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Diretor da OIT: a virada verde vai gerar emprego se for integrada ao social

Uma grande guinada da economia para um modelo com baixa emissão de carbono vai gerar empregos e ajudará a superar a crise somente se integrar o progresso social e a formação dos assalariados, afirmou Raymond Torres, diretor de estudos sociais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em entrevista à AFP. “Há apenas duas formas de resolver a crise ambiental. Ou tornamos mais caro o que emite mais CO2 com um imposto ou um mercado de direito de poluir, ou então, a questão é complementar, temos que desenvolver tecnologias que liberam menos CO2”, afirmou um pouco antes de viajar para a Cúpula do Clima em Copenhague.

“Se existe uma coisa que as empresas detestam e que fragiliza o mercado de trabalho são as mudanças tecnológicas ou os choques de preços muito repentinos e radicais, difíceis de administrar”, continuou Torres. Além disso, “alguns setores intensivos na emissão de CO2, como a construção, o transporte aéreo, uma parte da agricultura, a produção de energia fóssil, perderão empregos se não conseguirem se reestruturar”.

“Portanto, quando mais cedo tivermos uma meta mundial de redução das emissões de carbono, melhor será”, insistiu. “Melhor um acordo agora do que quando a catástrofe estiver iminente. Temos dez anos pela frente, já é muito pouco tempo para nos adaptarmos”, alertou. Torres vai participar de uma mesa redonda de ministros em Copenhague nesta quinta-feira.

Segundo ele, um imposto sobre o carbono mundial pode criar 14,3 milhões de empregos até o fim de 201, mas é preciso reduzir os encargos que pesam sobre o trabalho, investir na formação dos assalariados e nas tecnologias verdes. Ele sugeriu, por exemplo, investir a mesma quantia de dinheiro para encontrar uma maneira de estocar eletricidade e para a prospecção de petróleo ou no setor automobilístico para não negligenciar a adaptação das cadeias e as qualificações dos trabalhadores, se quisermos motores limpos”.

Existe um risco de as promessas de empregos evaporarem? “Não, não estamos nos iludindo: defendemos uma taxa CO2 com uma compensação sob forma de redução das taxas sobre o trabalho. Isso pode ajudar a gerar empregos sobretudo se for com baixos salários. Além disso, as energias renováveis são em geral mais intensivas em trabalho do que os outros.

“Claro, destacou Torres, “isso não vai ser suficiente para recuperar todos os empregos perdidos com a crise, a saber 20 milhões desde outubro de 2008 nos 51 países onde dados recentes foram divulgados. “Mas é um elemento muito importante que incentivamos”, disse, acrescentando que espera convencer seus interlocutores em Copenhague da necessidade de se levar em conta o fator humano e social na luta contra a mudança climática e fazer avançar junto a agenda ambiental e social.

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