As relações entre a Kenmare e a massa trabalhadora daquela empresa de extracção de areias pesadas localizada em Topuito, distrito de Moma, voltaram à normalidade porquanto as questões que as dividiam e que resultaram na paralisação das actividades laborais por um período de quatro dias no mês passado, relacionadas com adopção de melhorias das condições de trabalho, sobretudo do tecto salarial e concernentes às férias anuais, estão a ser satisfeitas paulatinamente.
Para aferir este facto, entrevistamos o secretário do comité sindical dos trabalhadores da Kenmare, Paulo Oliveira, que, de pronto, revelou que a direcção daquele consórcio irlandês fixou em sete mil meticais o salário mínimo contra pouco mais de três mil que eram pagos antes do desencadeamento da greve laboral de quatro dias.Trata-se, segundo o nosso entrevistado, de um bom sinal de que os restantes problemas ainda em torno da revisão da tabela salarial colocada como condição pelos trabalhadores no sentido de normalizar as relações com o patronato, estão a ser bem encaminhadas e que a solução definitiva não tardará a ser encontrada.
Na análise de Paulo Oliveira, que revelou que a qualidade das refeições servidas aos cerca de 600 trabalhadores também registou melhorias significativas, o que implicou a contratação de uma nova empresa do ramo, há um ponto que deve ser ultrapassado com maior brevidade possível e está relacionado com o pagamento de valores salariais diferenciados entre técnicos que possuem as mesmas qualificações académicas e que desenvolvem a mesma actividade.
A direcção da empresa alega a necessidade dos técnicos contratados fora da província de Nampula serem estimulados financeiramente como forma de suprir os encargos que têm com suas famílias dos quais se encontram separados por razões profissionais.
Contudo, este ponto vai merecer análise para mais esclarecimento em encontro já agendado para os próximos dias entre o comité sindical local e o patronato, num esforço de alterar a decisão.
No que concerne às férias anuais, alcançamos um acordo segundo o qual as ferias dos anos passados serão pagas em dinheiro, com início no presente mês de Junho até Dezembro próximo em quatro prestações, atendendo que alguns trabalhadores estão na empresa desde a sua inauguração em Setembro 2007 e que o processo vai acarretar custos elevados para a Kenmare – disse o sindicalista.
Paulo Oliveira disse que o órgão que dirige vai negociar com o patronato o benefício do subsídio de plantão que nunca foi exigido, mas que há espaço para o seu pagamento desde que uma proposta nesse sentido seja encaminhada dentro dos tramites legais.
Facto que, na sua análise, vai melhorar o nível de rendimento dos trabalhadores numa empresa em que se pretende que o relacionamento entre as partes seja saudável para obtenção de níveis de produção e de produtividade cada vez maiores.
Há um mês, sensivelmente, os trabalhadores da Kenmare paralisaram as suas actividades durante quatro dias em reivindicação de melhorias salariais, entre outras, e a retomada das actividades foi conseguida quatro dias depois mercê da mediação do governo central representado pelos inspectores gerais dos ministérios dos Recursos Minerais e do Trabalho, alem do administrador distrital de Moma.