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Direcção e membros da Renamo divididos e em braço-de-ferro em Sofala

Direcção e membros da Renamo divididos e em braço-de-ferro em Sofala

Foto de Emildo SamboÂnimos exaltam-se na cidade da Beira, província de Sofala, há duas semanas. Em causa está o facto de o presidente da Renamo, Ossufo Momade, ter escolhido a dedo, provisoriamente, um delegado da urbe, João Marrata, e outro provincial, Ricardo Gerente, em substituição de Luís Chitato e Sandura Ambrósio, respectivamente.

João Marrata e Ricardo gerente são contestado porque membros da Renamo exigem que os delegados sejam eleitos pelas bases, conforme preconizam os estatutos do partido, e não nomeados pelo presidente.

Neste contexto, Luís Chitato e Sandura Ambrósio foram (re)eleitos delgados da cidade da Beira e de Sofala, à revelia da liderança da “perdiz”.

O desentendimento no maior partido da oposição em Moçambique, na Beira, tornou-se mais visível quando Ossufo Momade mandou o chefe do Conselho Jurisdicional, Saimone Macuiane, para invalidar a eleição de Luís Chitato e Sandura Ambrósio, por considerá-la “nula e de nenhum efeito”, mas foi desobedecido.

Os ânimos não amainaram. Sandura – o rosto mais visível do braço-de-ferro com Ossufo Momade – não só tem desvalorizado as ordens do líder do partido, como também ameaçou arrastar o caso até ao tribunal, porquanto insiste que “os delgados políticos da cidade, do distrito e a província são eleitos” em conferências para o efeito.

Na amanhã de segunda-feira (25), João Marrata e Ricardo Gerente, encabeçaram marchas à delegação da Beira e de Sofala, onde tomaram de assalto as instalações e reposicionaram-se nos cargos, conforme o desejo de Ossufo Momade.

Sandura saiu da delegação política provincial da Renamo protegido pela Polícia da República de Moçambique (PRM), por receio de a confusão acabar da pior maneira.

Diante destes factos, a liderança máxima do partido reagiu, por intermédio do seu porta-voz, José Manteigas, dizendo que os seus membros devem se concentrar no trabalho que possa colocar a Renamo no poleiro, nas eleições presidências, legislativas e provinciais, em Outubro próximo.

Falando à imprensa, na tarde do mesmo dia, o interlocutor classificou o que se passa nas delegações políticas da Beira e de Sofala – em alusão a Chitato e Sandura – como “actos de insubordinação e desrespeito (…)”.

Segundo José Manteigas, Marrata e Gerente foram indicados para os cargos ora “disputados” por outros dois correligionários porque a Renamo não está em altura de realizar as conferências provinciais, uma vez que em Janeiro passado houve congresso.

“As nomeações interinas são uma prática reiterada na Renamo” com vista a “colmatar situações que impedem o normal funcionamento do partido”, disse Manteigas e argumentou que não se trata de uma situação nova.

A fonte fez saber, num outro desenvolvimento, que Ossufo Momade convidou Chitato e Sandura para se dirigirem à Serra da Gorongosa com vista a “auscultá-los sobre as suas inquietações” mas recusaram de desrespeitosa e indelicadamente.

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