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Diplomacia estanca e a situação de confronto persiste na Ucrânia

Uma força pró-Rússia abriu fogo, esta segunda-feira (10), ao se apoderar de uma base militar na região ucraniana da Crimeia e a NATO anunciou voos de reconhecimento ao longo da sua fronteira oriental, num momento em que o confronto em torno da península do Mar Negro não dá sinais de que vá diminuir.

Os activistas ucranianos que tentavam atravessar para a Crimeia para demonstrar solidariedade aos opositores da ocupação militar russa disseram ter sido parados por homens usando uniformes da polícia antimotim, agora ilegal no país. Um deles disparou à queima-roupa, atingindo um homem no peito, aparentemente com balas de borracha.

Com a diplomacia numa situação de impasse, a Rússia disse que os Estados Unidos rejeitaram um convite para realizar novas negociações sobre a resolução da crise, a pior entre o Leste e o Oeste desde o fim da Guerra Fria. Posteriormente, o governo norte-americano afirmou que uma reunião de ministros das Relações Exteriores seria possível esta semana se o governo russo mostrar que está disposto a se “engajar”.

A aliança de defesa da NATO, liderada pelos EUA, disse que aeronaves Awacs, de alerta e controle, concebidas para combater temidos ataques de mísseis nucleares soviéticos, iniciarão voos de reconhecimento na terça-feira sobre a Polónia e a Roménia para monitorar a situação na Ucrânia, voando a partir de bases na Alemanha e na Grã-Bretanha.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou, porém, ao jornal alemão Bild que as potências ocidentais não estão a considerar uma acção militar e querem uma solução diplomática.

Os governos da União Europeia estão a estudar sanções contra a Rússia. O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, que disse que iria fazer um pronunciamento no Conselho de Segurança da ONU na quinta-feira, culpou a Rússia pela crise e acusou o governo russo de minar o sistema de segurança mundial ao assumir o controle da Crimeia.

As novas autoridades judiciais da Ucrânia emitiram mandados de prisão dos líderes pró-Rússia da Crimeia nesta segunda-feira, seis dias antes de um referendo convocado por eles para que a população da região decida se quer se unir à Rússia. Em pouco mais de uma semana de ocupação, as forças russas assumiram o controle de instalações militares em toda a Crimeia, sede da Frota do Mar Negro da Rússia.

A região era parte do território russo até o líder soviético Nikita Kruschev entregá-la à Ucrânia em 1954.  Os separatistas pró-russos tomaram o controle do Parlamento regional, declararam a Crimeia parte da Federação Russa e anunciaram para domingo um referendo sobre essa decisão.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que o seu governo está a agir para proteger os direitos dos russos étnicos, que compõem a maioria da população da Crimeia, depois de o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, ter sido deposto no mês passado – acção que a Rússia define como um golpe de Estado.

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