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Diário da campanha eleitoral: no último dia a chuva roubou protagonismo

Diário da campanha eleitoral: no último dia a chuva roubou protagonismo

Em Quelimane, segunda e terça-feira serão dias de reflexão. A campanha eleitoral terminou hoje à noite com a chegada da chuva que deixou visíveis os crónicos problemas de saneamento naquela urbe. Na quarta-feira os quelimanenses escolhem um novo presidente para a sua cidade.

Para o partido Frelimo, fortemente desgastado pela gestão danosa de Pio Matos, a campanha foi feita com a presença de pesos “pesados” do partido no poder. Do outro lado, Manuel de Araújo foi a grande figura da sua campanha e só nos últimos dias apareceu acompanhado pelo presidente do seu partido, Deviz Simango.

O encerramento do namoro de Bico, no Pavilhão do Benfica de Quelimane, aos eleitores não fugiu a regra e contou com a presença de Verónica Macamo, presidente da Assembleia da República; Arão Nhancale, presidente do Município da Matola; Lucília Hama, governadora da cidade de Maputo, Pedrito Caetano, entre outros.

Do outro lado da barricada, o MDM fez uma passeata pela cidade, dando prioridade aos bairros mais pobres da urbe. O mote da passeata foi repisar o desejo de ver Quelimane “livre dos libertadores”. Algo que Araújo acredita ser possível por que “o povo do seu município libertou-se do medo. No dia 7 vamos assistir a revolução em Quelimane”.

Hoje

Pouco depois das 11horas, a cidade de Quelimane ficou alagada pelas chuvas e expôs – aos olhos de todos -, os desafios que aguardam o novo edil. Os buracos nas estradas já estavam lá, mas ficaram escondidos pelas poças de água, o que dificultava a sua visibilidade para os motoristas, assim como para as pessoas que se arriscaram a sair de casa pelos seus próprios pés. Bairros com Santágua, Icidua e Coalane ficaram intransitáveis.

Porém, Quelimane tem outros problemas como abastecimento de água. Por exemplo, em Icidua quando a chuva caiu esta encarada de duas formas. Uns bendiziam-na porque significava acesso ao precioso líquido; outros amaldiçoavam-na embora dela precisassem, pois os tectos das residências improvisadas onde habitam, que por eufemismo chamamos de casas, não conseguem deter o precioso líquido. Efectivamente, a quedas das águas ainda é um dilema para grande parte dos munícipes de Quelimane.

Tendo em conta todos esses aspectos, a passeata do MDM, foi designada “marcha da libertação”, mas não teve lugar na hora prevista porque a chuva para tudo em Quelimane. A queda das águas, diga-se, também deixou em cheque o comício de Abubacar Lourenço Bico.

Efectivamente, a campanha de Manuel de Araújo terminou na sexta-feira, no campo do bairro Chirangano, onde se registou provavelmente o maior banho de multidão de todo este processo eleitoral. Araújo e Deviz, depois de pedirem os votos aos eleitores, fizeram uma marcha pela cidade que foi acompanhada por populares e simpatizantes do MDM.

Só no final da tarde, às 17horas a caravana de Bico dirigiu-se ao Campo da Sagrada. Porém, o comício não teve lugar. O campo estava alagado. A solução foi encerrar a campanha no Pavilhão do Benfica de Quelimane. Nessa altura, a caravana do MDM também circulou pelas ruas. Assim, de forma pálida terminou a campanha dos dois partidos, num dia em que a chuva roubou-lhes o protagonismo.

Frelimo usa e abusa dos meios do Estado

A campanha de Quelimane revelou que existe uma linha muito ténue entre a Frelimo e o Estado. Muitas viaturas do Aparelho do Estado foram usadas para alavancar a campanha de Lourenço Abubacar Bico, enquanto Manuel de Araújo desfilou pela urbe com meios próprios e muitas vezes a pé.

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