No décimo dia de campanha eleitoral em Cuamba, a candidata do MDM, Maria Moreno, visitou pelo menos cinco bairros da cidade com destaque para João, Maniua e Tetereane onde pediu aos moradores voto a seu favor, fazendo promessa de melhorar as condições de vida de todos os munícipes. Acompanhada por jovens e mulheres cantando “Maria vai ganhar”, Moreno andou pelas ruas, casa em casa, pedindo voto das mulheres, dos motoristas de chapas e prometeu criar oportunidades de empregos para todos, independentemente das simpatias partidárias.
O candidato da Frelimo, Vicente da Costa Lourenço, iniciou a sua campanha no princípio da tarde, tendo percorrido a pé o bairro de Mutxora. Ao contrário do que acontece com a candidata do MDM, Lourenço foi escoltado por agentes da Polícia Municipal local, além de estar acompanhada de dezenas de mulheres e homens, inclusive adolescentes, que faziam uma verdadeira festa nas casas por onde ele passava.
A estratégia da campanha porta-a-porta começou apenas por cumprimentar os donos das casas visitadas, depressa optou por educação cívica explicando os eleitores como preencher e dobrar o boletim de votos antes de depositar nas urnas. Nos primeiros contactos com o eleitorado, Vicente Lourenço não fez promessas, apenas distribuiu panfletos e calendários – com a sua foto e slogan – com o dia da semana (terça-feira) de votação errada. A atenção de um munícipe fez com que se interrompesse a sua distribuição.
Diante de alguns residentes de Mutxora, Vicente proferiu um comentário racista, afirmando que votar na Maria Moreno “é votar num branco, e no regresso do colonialismo”. O candidato foi mais longe, desta vez no mercado conhecido por Burundi, ao dizer aos jovens vendedores que se não votarem nele correm o risco de ver a cidade de Cuamba “assaltada por beirenses e portugueses” e afirmou que “não queremos brancos a dirigirem o nosso município” e tem de votar “em mim porque eu nasci nesta terra”.