Naquele que foi o último dia de campanha eleitoral na cidade de Pemba, os três cadidatos, nomeadamente Tagir Carimo, da Frelimo, Assamo Tique, do MDM, e Emiliano Moçambique, do Pahumo, instaram os munícipes a dirigirem-se em massa às assembleias de voto no dia 7 de Ddezembro, como forma de inverter cenários anteriores em que a participação era inferior a 50 porcento. Para além da educação cívica, os candidatos pediram votos a seu favor para que possam resolver os problemas que a cidade se debate. Por constituir a maior parte da população, a juventude foi a tónica dos discursos no último dia de campanha.
Assamo Tique orientou um comício popular no bairro Noviane, onde, depois de agradecer o apoio prestado pelos munícipes durante os 15 dias de campanha, apelou a todos a irem votar e a estarem atentos às (possíveis) tentativas de fraude que alegadamente estariam a ser orquestradas pela Frelimo. “Gostaria que nenhum munícipe voltasse porque o seu nome não consta da lista. Ouvimos dizer que eles (da Frelimo) andam a recolher números de cartões de eleitor para poderem retirá-los das listas e, por via disso, inscreverem os seus simpatizantes provenientes de outros pontos do país”.
Por seu turno, Tagir Carimo só agradeceu o apoio dos membros e simpatizantes e disse que, durante a campanha, apercebeu-se que “o que os munícipes querem é um presidente que dialoga e aberto”. Em relação à campanha, este afirmou que ele estava em momento de festa e não de campanha porque “fazemos campanha todos os dias, ela é feita de escolas, hospitais, estradas”.
Emiliano Moçambique, candidato do Pahumo, escalou o bairro de Muxara A para encerrar a campanha. Lá, Emiliano privilegiou, de novo, o contacto interpessoal e porta a porta e prometeu resolver os problemas de Pemba, caso seja eleito.
Talapa aconselha jovens a queimarem camisetas de Assamo Tique
Já Margarida Talapa, membro da Comissão Política da Frelimo, que esteve no bairro Alto-Gingone, local escolhido por aquela formação política para ser palco de encerramento da campanha de Tagir Carimo, não poupou críticas aos adversários que, na sua opinião, não têm capacidade suficiente para enfrentar a Frelimo. “Cara sem vergonha, os seus líderes dirigiram comícios em frente às nossas instalações, o que é contra a lei. O nosso presidente está em Maputo, mandou quadros porque capazes. Eles (os adversários) mandam o seu presidente. O nosso não precisa de trancar as portas para fazer campanha nos municípios”, disse.
Durante o discurso, Talapa aconselhou os jovens a queimarem as camisetas de Assamo Tique porque “ele não é digno de confiança”. “Ele foi expulso do Aparelho do Estado porque roubava medicamentos quando trabalhava no hospital. Ontem roubava medicamentos e se for eleito vai roubar o dinheiro do miunicípio. Não entreguem Pemba a essa pessoa. Vimos partidos a comprarem jovens com dinheiro, camisetas. Nos seus comícios falam da Frelimo e não dos seus programas. Esses estão de luto porque já perderam”.
Em jeito de resposta à Margarida Talapa, Luís Boavida disse que os eleitores podiam “olhar para a cidade da Beira como exemplo. O nosso presidente também não tinah experiência de governação, mas porque o povo depositou confiança nele, o município da Beira é uma referência. Este é o segundo mandato dele, sinal de que é um bom gestor. Façam o mesmo em Pemba”.
Relativamente ao balanço da campanha, o secretário-geral do MDM, Luís Boavida, que se juntou a Assamo Tique, diz que é positivo e que a vitória do seu candidato é certa. O discurso de Boavida foi também dirigido à juventude, a quem pediu que fossem donos do seu destino. “Se você não é filho ou familiar de alguém que tenha sido combatente jamais terá espaço. As condições nas quais vivem devem-se à apatia de quem nos governa desde a independência”.
