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Diamantes zimbabweanos contrabandeados em Manica

Diamantes contrabandeados do Zimbabwe estão a ser ilegalmente comercializados na cidade de Manica, província central de Moçambique, segundo José Tefula, administrador do distrito de Manica, citado pela Rádio Moçambique (RM).

No Zimbabwe, não muito longe da linha de fronteira com Moçambique, foram descobertas jazidas de diamantes, que neste momento estão a ser exploradas fora do controlo das autoridades locais, razão pela qual muitas vezes o mineral entra em Moçambique num circuito de contrabando. A situação tem estado a atrair vários estrangeiros, a maioria provenientes da Somália, Nigéria e da região dos Grandes Lagos, o que tem vindo a lotar os locais de hospedagem e residências particulares (para aluguer) na cidade.

‘Quero confirmar a existência e venda ilegal de diamantes no nosso distrito (Manica), contrabandeados do Zimbabwe, uma vez que localmente não temos este mineral’, disse Tefula. Na pequena cidade do interior, com uma população maioritariamente camponesa, regista-se nos últimos tempos a circulação de luxuosas marcas de viaturas importadas, como Hummer, Ferrari e Jeep com tracção às quatro rodas, alegadamente resultado da circulação dos diamantes no local.

O negócio baseia-se em diamantes desviados do circuito oficial, numa mina em Chiwadzo, na região de Marangue, na província zimbabweana de ManicaLand, e geralmente é assegurado por jovens (nacionais e estrangeiros) que actuam com uma discrição idêntica à da venda de drogas. Os contactos para a comercialização de diamantes são breves e quase em surdina e a troca de produto é feita durante a noite, em locais a combinar instantaneamente. O grama é vendido a estrangeiros ao preço de 1,350 meticais ( cerca de 50 dólares norte-americanos).

Moçambique está em vias de integrar o Processo Kimberley, mecanismo de certificação internacional com o objectivo de evitar que os diamantes continuem a financiar conflitos armados e a desacreditar o mercado legítimo de diamantes em bruto, devido à prospecção deste mineral na região centro do país. As autoridades de migração em Machipanda, a principal fronteira terrestre que divide Moçambique e Zimbabwe, anunciaram a apreensão de pouco mais de meio quilo de diamantes oriundos do país vizinho.

‘Apreendemos alguns gramas a pessoas que tentavam atravessar a fronteira com os diamantes nos órgãos genitais. Mas mesmo assim será difícil combater a saída na fronteira se nas minas não houver um controlo cerrado’, disse à Agência Lusa Alberto Limeme, chefe do posto fronteiriço de Machipanda. Uma missão conjunta dos serviços da Migração, Alfandegas e Guarda Fronteira de Moçambique tem estado a trabalhar no sentido de evitar a violação da extensa fronteira que divide os dois países.

O Governo do Zimbabwe trocou recentemente o contingente policial, que controlava as minas de diamantes, por militares, para evitar a saída desenfreada do mineral, mas o elevado nível de corrupção pode fazer fracassar a medida. Além de diamantes, o Zimbabwe é um dos principais produtores de ouro em África, mas o sub-investimento e a instabilidade política e económica dos últimos 10 anos (causado pelo controversa reforma agrária) afectaram fortemente o sector.

O país conta igualmente com importantes jazidas de gás, petróleo, e detém as segundas maiores reservas de platina do mundo, na sua maioria inexploradas.

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