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Diálogo: Renamo exige facilitadores e observadores para se ultrapassar impasse

A Renamo voltou a propor ao Governo, na mesa do diálogo, a intervenção de facilitadores nacionais e observadores internacionais como forma de dar outra dinâmica às negociações que estão “encalhadas” há pouco mais de três meses. Esta pretensão foi manifestada na segunda-feira à saída da 18ª ronda de diálogo, que terminou sem consenso.

“A Renamo, mais uma vez, voltou a insistir na necessidade de se integrar neste diálogo facilitadores nacionais e observadores estrangeiros, não como condição prévia mas pertinente para se encontrar uma solução conducente a eleições livres, justas e transparentes onde os vencidos vão reconhecer os vencedores”, disse o líder da equipa da “Perdiz”, Saimone Macuiane.

Entretanto, esta sugestão teve uma resposta negativa da parte da equipa do Governo chefiada por José Pacheco, ministro de Agricultura. Sobre este ponto, Pacheco afirmou de forma peremptória que o “Governo não vai trazer terceiras pessoas para este diálogo sem que a matéria em discussão esteja esgotada. Temos mandato para trabalhar nestas matérias e encontrar soluções.”

No entender de Pacheco ainda há espaço para que as partes alcancem consenso sem precisar de “ajuda extra”. Por seu turno, Saimone Macuiane que chefia a equipa da Renamo, disse ter ido, mais uma vez, à ronda de diálogo com a esperança de ver resolvida a questão sobre a matéria eleitoral, o que só não aconteceu porque o Governo não cedeu.

Governo insta a Renamo a integrar a CNE

Já o Governo moçambicano instou a sua contraparte a ocupar os seus lugares nos órgãos eleitorais como forma de se enquadrar nos preparativos das eleições autárquicas de 20 de Novembro próximo, nas 53 autarquias existentes em todo o território nacional.

Refira-se que a Renamo não ocupou até agora os dois lugares a que tem direito na composição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) por considerar que o sistema de proporcionalidade não garante a transparência daquele órgão.

José Pacheco explicou, contudo, que é participando nestes órgãos que a “Perdiz” poderá fazer valer a sua opinião, tendo sublinhado que os outros representantes de partidos políticos já ocuparam os seus lugares na CNE.

O líder da equipa governamental referiu que a Renamo voltou a condicionar a passagem para os pontos subsequentes ao encerramento da matéria eleitoral. “O Governo está neste diálogo com espírito de abertura e cordialidade em respeito à Constituição da Republica e demais legislação em vigor”, disse Pacheco.

Nesta ronda o Governo insistiu, de novo, na necessidade de se avançar para a discussão sobre o desarmamento dos homens armados da Renamo, uma condição imprescindível para o alcance da paz e estabilidade com vista a avançar-se para a matéria subsequente.

Contudo, a Renamo continua intransigente e não aceita passar para outro ponto sem que se encerre a discussão da legislação eleitoral.

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