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Diálogo Político: novo impasse condiciona o cessar-fogo em Moçambique

Diálogo Político: novo impasse condiciona o cessar-fogo em Moçambique

Depois de algumas rondas de consensos que levaram à assinatura de três memorandos de entendimento e à aprovação da Lei de Amnistia pela Assembleia da República (AR), para o fim das hostilidades em Moçambique, o Governo e a Renamo voltaram a cair num impasse relativamente à homologação do documento para o efeito.

 

 

É que o antigo movimento rebelde do país entende que o memorando que vai por fim a guerra pode ser assinado pela sua delegação no diálogo ou ser enviado para “parte incerta” onde Afonso Dhlakama poderá assinar.

Contudo, o Executivo insiste na assinatura em Maputo num acto conjunto entre o Presidente da República e pelo líder da Renamo. O governo também é céptico em relação ao envio do documento como forma de evitar riscos de falsificação de assinaturas, por exemplo.

A este propósito, José Pacheco,chefe de delegação do Governo, disse, na fim da 72ª ronda do diálogo político, que as partes estão a envidar esforços no sentido de se encontrar a melhor uma forma para ultrapassar o impasse relativamente à homologação definitiva da declaração do cessar-fogo.

Por sua vez, o chefe da delegação da Renamo, Saimone Macuiane, disse que recebeu ordens de Afonso Dhlakama para que, uma vez alcançado o consenso, o representante da “Perdiz” sem sede do diálogo político pode assinar o documento final em nome do líder desta formação política.

Neste contexto, desde a semana passada, Dhlakama tem vindo a dizer em alguns órgão de comunicação da praça que a declaração de cessar-fogo pode, sim, ser rubricada por Macuiane em seu nome. “Eu sei que as pessoas querem ver o aperto de mão, mas por razões de segurança não posso ir assinar a declaração. Agora já não me podem prender, mas posso ser abatido, como acontece em todo o mundo. Eu não tenho medo, mas o meu partido está a aconselhar-me que é assim que devo proceder”.

Aliás, o líder da Renamo disse também que rejeita qualquer tipo de apoio em termos de meios circulantes, por parte do Executivo, para que ele se desloque a Maputo no sentido de homologar o documento em causa.

“Eu não preciso de que alguém crie logística para vir buscar-me. Desconfio muito desta aparente boa-fé do Governo. Para mim, este gesto do Governo de alugar helicóptero para me transportar para Maputo é suspeita. Eu, Afonso Dhlakama, com os meus 60 anos de idade, inteligente como sou, jamais aceitaria este gesto. Quando chegar a altura, usarei meios próprios para me deslocar para qualquer ponto do país. (…) por razões de segurança não posso circular pelo país, sob o risco de ser abatido por alguém de má-fé”.

 

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