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Dia Mundial da Dignidade

Dia Mundial da Dignidade

Erik Charas, Director do Jornal @Verdade, juntou alguns amigos para conversar sobre a iniciativa “Dia Mundial da Dignidade” em Moçambique. No encontro foram lançados desafios para um rebento que já soprou três velas no país. Este ano o dia será celebrado a 17 de Outubro.

No encontro que visiva delinear os próximos passos da iniciativa, falou-se também sobre a missão, visão e carácter da “Dia Mundial da Dignidade”. Os músicos Valdemiro José e Edson da Luz (Azagaia) contaram as suas experiências sobre o facto de terem sido palestrantes e de fazerem parte da iniciativa.

Azagaia referiu que falar sobre dignidade, em 2011, foi complicado, uma vez que acabava de receber uma notificação para ser ouvido em tribunal. “Foi complicado ir falar sobre algo que estava a ser retirado de forma injusta, mas talvez tenha sido tal injustiça que me deu forças para estar com os alunos”.

Efectivamente, o evento consiste na administração de conteúdos sobre dignidade numa aula de 45 minutos. Depois os alunos têm de partilhar as suas experiências sobre este tema. As aulas podem ser leccionadas por qualquer pessoa de referência na sociedade desde que tenha um carácter digno.

No encontro, onde foi instituído que a “dignidade”, em 2012, arranca como projecto em Moçambique, ficámos a saber que o país conta com mais embaixadores deste princípio. Por outro lado, foi manifestada a abertura para que todos os interessados na promoção da dignidade humana no país participem.

Na verdade, o maior objectivo deste projecto é promover a dignidade humana global. Porém, partindo da realidade moçambicana, Erik Charas liderou o processo, mas todos aqueles que se tornaram embaixadores da dignidade têm a responsabilidade de edificar aquilo que é importante em termos de promoção destes valores no país.

Valdemiro José regressou à escola onde foi palestrante e contou um episódio curioso. Um aluno que não ligava a mínima aos professores e colegas mudou de comportamento pelo simples facto de lhe terem rotulado “madjo-lidjo”. Passou de estudante medíocre a aluno exemplar para fugir da alcunha.

“Relativamente à minha participação, esta baseou-se nesta história verídica, na qual fui interveniente, com um aluno, conduzindo a alteração do seu comportamen- to rebelde para um mais adequado ao contexto social onde se insere, procedendo agora de forma mais correcta nas suas atitudes para com os outros”.

“Achei muito interessante e didáctico este projecto, porque ajudou aquele aluno específico a reflectir sobre as suas acções positivas e também negativas, visto que há pessoas com dignidade, mas também as há com falta dela…”, comentou quando questionado sobre os benefícios da iniciativa.

Erik Charas, mentor da iniciativa em Moçambique, rematou afirmando que “num mundo cheio de diferenças a dignidade é algo que todos temos e devemos conservar”. Assim, sugeriu que os convidados utilizassem a posição de figuras públicas para induzir nos jovens a importância da dignidade.

Trajectória em Moçambique

A iniciativa “Dia Mundial da Dignidade”chegou a Moçambique pelo jovem Erik Charas em 2009. Contudo, foi criada em 2006 pelo Príncipe Herdeiro Haakon, da Noruega, pelo professor Pekka Himanen, da Finlândia, e pelo fundador da organização Operation Hope, o americano John Hope Bryant.

Efectivamente, Erik Charas juntou-se aos fundadores em 2007. Antes de trazer a iniciativa para o país deu, com os fundadores e outros embaixadores da dignidade, várias palestras pelo mundo. Em 2009, qundo iniciou as actividades em torno da dignidade, apenas 20 alunos foram abrangidos. Em 2010 e 2011 esse número cresceu para 2000. Este ano os mentores esperam atingir cerca de 10 mil crianças.

A primeira instituição de ensino que acolheu uma palestra sobre Dignidade foi a Escola de Jornalismo, em 2009. Numa sala com 20 alunos, Erik Charas falou sobre os valores da Dignidade. “Se eu esquecer a minha carteira nesta sala, com mais de 30 mil meticais seriam capazes de devolver?”. Foi com esta pergunta anzol que a primeira palestra sobre a iniciativa Global Dignity Day começou no país.

Em 2010, nove palestrantes deram corpo ao dia. Tânia Tomé, Jorge Ribeiro, Eu- nice Andrade, Frederico Jamisse, João Almada, Stewart Sukuma, Erik Charas, Ivânia Mudanisse (Dama do Bling) e Sérgio Faife dedicaram 45 minutos do seu tempo para falar com os alunos da Escola Secundária da Polana.

Em 2011, o número de palestrantes subiu para 13. Edson da Luz, Valdemiro José, Gilberto Mendes, Stephan Morais (vice-presidente Executivo do BNI), Erica Soares, Joaquim Santos, Tamires Cabral, Omar Daúde foram os rostos que abraçaram a iniciativa.

Diante de tão melindrosa questão, apenas um estudante afirmou que não devolveria a carteira. Foi, portanto, dessa linha ténue que separa a desonra da honestidade que Erik Charas falou dos valores da dignidade. Volvidos três anos, mais duas escolas receberam palestras sobre o tema, as Secundárias da Polana e Eduardo Mondlane.

O objectivo é promover uma li- derança centrada na dignidade, cultivar o diálogo global sobre a mesma e empenhar os jovens em discussões sobre o seu signi- ficado e importância.

Princípios da Dignidade

1. Todo o ser humano tem o direito a uma vida digna.

2. Uma vida digna significa poder ter a oportunidade de realizar o seu potencial como ser humano, que se baseia na condição de poder ter acesso a um nível humano e aceitável de cuidados de saúde, educação, rendimento e segurança.

3. Dignidade significa ter a liberdade de tomar decisões sobre a sua vida, e ter esse direito respeitado.

4. Dignidade deve ser o principio básico de todas nossas acções.

5. A nossa dignidade é interdependente da dignidade dos outros.

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