O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, reiterou a sua disponibilidade para se encontrar com o Presidente da República, Armando Guebuza, para, juntos, encontrarem uma saída à actual situação política que se vive no país, e questiona porque o encontro não pode ser no distrito de Gorongosa, visto ser o lugar mais seguro de Moçambique, nesta altura, “pois é onde está concentrado o maior contingente das forças de defesa e segurança”.
Segundo Fernando Mazanga, porta-voz da Renamo, o discurso de que Afonso Dhlakama está a furtar-se do debate de questões que preocupam o país é “falacioso e infundado” uma vez que ele tem uma equipa que mantém conversações todas as segundas-feiras com o Governo.
Em relação à exigência de que o encontro deve ser realizado em Gorongosa, Mazanga diz que tal deve-se ao facto de aquela ser “o lugar mais seguro para os dois, nomeadamente o Presidente da República e o líder da Renamo, pois é onde está concentrado o maior contingente das forças de defesa e segurança.
Assim, cai por terra a condição imposta pelo Governo que tinha marcado como local de encontro a cidade de Maputo, alegadamente porque é a capital do país e onde se localiza a sede do Executivo. “O presidente Afonso Dhlakama reconhece que Maputo legalmente é a capital do país, mas tal não pode ser entendido como o único lugar que acolha tudo o que são eventos de interesse nacional”, disse Mazanga.
Entretanto, o porta-voz da Renamo refere que a vinda de Dhlakama a Maputo não está descartada, dependendo apenas da retirada das forças de defesa e segurança estacionadas à volta do quartel de Santinjira, onde fixou residência. “O Estado que retire a Segurança que ali estacionou e a faça avançar para Maputo, local de eleição do Governo, para constituir o perímetro de segurança do presidente Afonso Dhlakama”.
Agenda
Como pontos de agenda a serem debatidos no encontro entre Armando Guebuza e Afonso Dhlakama, a Renamo elegeu duas matérias, nomeadamente a defesa e segurança e a democracia multipartidária por entender que são os garantes da paz, tranquilidade e desenvolvimento.
Para a consolidação da democracia multipartidária, a Renamo afirma que a mesma só pode ser possível através da adopção de uma legislação eleitoral consentânea com a nossa realidade, fruto da realidade vivida em pleitos anteriores.
Relativamente à defesa e segurança, “a perdiz” exige que o chefe do Estado, que é igualmente Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança, ao seviço de quem actuam a Polícia da República de Moçambique, o Serviço de Inteligência e Segurança do Estado e as Forças de Defesa, pois elas molestam os cidadãos que não se identificam com o partido no poder.
Desarmamento
Entretanto, uma das questões nas quais o Governo tem insistido na mesa de diálogo é o desarmamento da Renamo, mas esta considera que tal exigência “denota amnésia por parte do Executivo”.
“O desespero do Governo, a ponto de exigir precipitadamente o desarmamento da segurança da Renamo, é fruto da resposta que tiveram quando atacaram os nosso desmobilizados na delegação da cidade de Nampula, em Gondola e no posto administrativo de Muxúngue”, afirmou Mazanga.