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Detidos quatro prováveis assassinos na Beira

O assassinato, na calada da noite, de um docente do Instituto Superior de Ciências e Tecnologias Alberto Chipande (ISCTAC), Hélder Camilo Cadeado, em Setembro, e de uma jovem, Matilde da Conceição, em Novembro, próximo do restaurante Sunlight, na zona da ponte sobre o Chiveve, no Maquinino, cidade da Beira, levou à detenção pela Polícia, há dias, de quatro cidadãos, nomeadamente Carlos Alberto Gandir, Jaime Victor Livo Almeida (Paíto), Evinis Agostinho (Tico-Tico) e Coutinho António Coutinho, por suspeitas de envolvimento destes em ambos homicídios.

Ao tornar público as detenções, o Comando provincial da PRM em Sofala convidou esta terça-feira a imprensa para entrevistar os presumíveis assassinos. O jornal Diário de Moçambique falou com três deles, já que o quatro não se encontrava no local das entrevistas. Nas entrevistas, Evinis Agostinho e Coutinho Coutinho disseram que quem terá esfaqueado o docente foi Jaime Almeida (Paíto), dado que este terá confessado aos seus amigos ter “picado” alguém com recurso a uma faca na zona do Chiveve.

Por seu turno, Paíto refutou a acusação dos alegados amigos, aos quais, conforme disse, terá conhecido algures no bairro da Munhava, por intermédio de um amigo seu. “Não fui eu quem matou aquele professor, nem conheço quem matou a moça de que se fala” – foi desta maneira que Paíto negou o seu envolvimento nos crimes. Contudo, ele é igualmente indiciado pela Polícia de crime de ameaças de morte a cidadãos com recurso a instrumentos contundentes, cujo processo-crime foi aberto na 1ª Esquadra da PRM.

Nas entrevistas, três dos jovens envolvidos não apresentaram versões coerentes dos factos ocorridos, misturando situações dos dois crimes. Por exemplo, Paíto, de 19 anos, descreveu que no dia do assassinato do docente do ISCTAC, a 24 de Setembro, terá simplesmente visto o seu amigo Tico-Tico, de 25 anos, a correr para o local do crime, na altura em que ouviu gritos de pedido de socorro, quando a vítima tinha sido esfaqueada.

No entanto, a versão de Paíto é refutada por Coutinho Coutinho, de 21 anos, guarda numa casa em construção nas proximidades do local onde os crimes ocorreram, que disse tê-lo visto no dia do assassinato da jovem. “Paíto passou por mim a correr quando eram 23 horas, na altura em que me encontrava sentado na paragem de chapas da Passagem de Nível. Fiquei admirado quando ouvi que estou a ser procurado pela Polícia, até ficar detido” – declarou.

Coutinho referia-se ao dia 21 de Novembro, data em que a jovem Matilde da Conceição, de 25 anos, foi morta, após ter sido violada sexualmente, sendo o corpo abandonado no interior de uma barraca, conforme publicamos anteriormente.

Mateus Mazibe, oficial de imprensa da PRM em Sofala, explicou a jornalistas que a detenção dos supostos criminosos foi possível graças a denúncia de cidadãos, em paralelo com o trabalho de busca e captura daquele grupo, que em menos de dois meses criou pânico na Beira, por alegado envolvimento em crimes que deixaram as pessoas inseguras. “Vamos continuar a trabalhar no assunto, de modo a que consigamos descortinar as circunstâncias em que ocorreram estes dois casos de homicídio, que nos preocupam bastante, pois ocorreram no mesmo local. Também devo lembrar que recentemente foi assassinado um farmacêutico, não muito longe do local onde ocorreram os casos mais recentes” – acrescentou Mazibe.

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