A Direcção Provincial dos Combatentes da Luta de Libertação em Nampula, Norte de Moçambique, descobriu, recentemente, duas vala comuns, uma na localidade de Namaita, no distrito de Nampula-Rapele, e a outra no distrito de Nacâroa. Refere-se que nelas foram enterrados centenas de moçambicanos mortos durante o conflito armado que levou 16 anos no país.
As valas foram achadas no âmbito de um trabalho em curso que visa identificar os lugares marcantes da história de Moçambique no período anterior e posterior à independência.
Amada Saíde, quadro sénior da Direcção Provincial da Luta de Libertação Nacional, disse ao @Verdade que, para além da identificação de locais históricos, o projecto em curso prevê também a construção de 100 campas e monumentos para as vítimas da guerra dos 16 anos.
O nosso entrevistado explicou que na localidade de Namaita as mortes foram causadas por um incêndio de um autocarro que fazia o transporte de passageiros na rota entre Nampula a Zambézia, vice-versa. O mesmo veículo teria sido alvo de uma emboscada, facto que resultou na morte de todos os ocupantes.
No distrito de Nacâroa ainda está em curso um estudo que envolve os líderes locais para se apurar as circunstancias que levaram à morte de mais de cem pessoas da mesma aldeia.
Neste momento, foram edificadas mais de 70 sepulturas, na sua maioria dos combatentes da Luta de Libertação Nacional, sendo 36 no distrito de Nampula-Rapale e 40 em Mecuburi.
“Este ano vamos construir outras 40 campas na aldeia dos combatentes da Luta de Libertação Nacional de Muripa, distrito de Ribáuè, e um monumento em memória deste grupo”, disse Saíde.
Acrescentou que uma equipa de investigadores vai escalar, esta semana, no distrito de Malema, para dar prosseguimento ao trabalho de levantamento dos locais históricos para que sejam preservados no sentido de servir de referência para as gerações vindouras.