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Descoberta de fósseis marroquinos reformula entendimento das origens do homem

O entendimento das origens do homem mudou nesta quarta-feira com o anúncio da descoberta de fósseis escavados em uma colina do Marrocos que são cerca de 100 mil anos mais antigos do que quaisquer outros resquícios conhecidos de nossa espécie, o Homo sapiens.

Cientistas determinaram que os crânios, ossos de membros e dentes de ao menos cinco indivíduos têm cerca de 300 mil anos de idade, uma revelação bombástica no campo da antropologia.

A antiguidade dos fósseis é espantosa – um “grande uau”, como disse um dos pesquisadores –, mas sua descoberta no norte da África, e não no leste ou na África subscaariana, também desafiou as expectativas. E os crânios, com rostos e dentes que combinam com os das pessoas de hoje, mas com caixas cranianas arcaicas e alongadas, mostraram que nosso cérebro precisou de mais tempo para evoluir até sua forma atual.

“Este material representa a própria raiz de nossa espécie”, disse o paleoantropólogo Jean-Jacques Hublin, do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária da Alemanha, que ajudou a liderar a pesquisa publicada no periódico científico Nature.

Antes da descoberta no sítio chamado Jebel Irhoud, localizado entre Marrakech e o litoral marroquino do Oceano Atlântico, os fósseis de Homo Sapiens mais antigos que se conhecia eram de um sítio etíope chamado Omo Kibish, que se estima ter 195 mil anos.

“A mensagem que gostaríamos de transmitir é que nossa espécie é muito mais antiga do que pensávamos e que ela não emergiu como um Adão em um pequeno ‘Jardim do Éden’ em algum lugar do leste da África. Ela é um processo pan-africano e um cenário mais complexo do se havia vislumbrado até agora”, disse Hublin.

Os fósseis marroquinos, encontrados no local de uma caverna, representam três adultos, um adolescente e uma criança de aproximadamente 8 anos que se acredita terem tido um estilo de vida de caçadores e coletores. Existe um amplo entendimento entre os cientistas de que o Homo sapiens teve origem na África. Estas descobertas sugerem uma história evolucionária complexa provavelmente envolvendo o continente inteiro, já que 300 mil anos atrás o Homo sapiens teria se dispersado por toda a África.

O Marrocos foi um local inesperado para tais fósseis, levando em conta a localização de outros resquícios humanos anteriores. Baseados no formato e na idade dos fósseis marroquinos, os pesquisadores concluíram que um crânio parcial misterioso de 260 mil anos de Florisbad, na África do Sul, também representa o Homo sapiens.

O povo de Jebel Irhoud tinha grandes caixas cranianas que careciam de forma globular atual. Philipp Gunz, paleantoantropólogo do Instituto Max Planck, disse que os achados indicam que o formato do rosto foi estabelecido no início da história do Homo sapiens, mas que o formato do cérebro, e talvez sua função, evoluíram mais tarde.

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