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Delegação da Renamo falta ao diálogo com Governo

Pela segunda vez consecutiva, o diálogo político entre a Renamo e o Governo de Moçambique, na capital do país, não aconteceu. É que, esta segunda-feira (21), e sem nenhum pré-aviso, a delegação da “Perdiz” não compareceu ao local do encontro, o Centro de Conferências Joaquim Chissano.

Não são conhecidas ainda as razões por detrás desta falta de comparência, mas tudo indica que a delegação da Renamo, após a passagem de mais um aniversário da morte do fundador daquele partido, André Matsangaissa, terá ficado retida em Santundjira, uma vez que esta zona encontra-se cercada pelas Forças de Defesa e Segurança.

Na segunda-feira passada (14) a equipa de Renamo, chefiada por Saimone Macuiane, já na sala de negociação, recusou avançar com o diálogo exigindo para o efeito a presença de facilitadores. Estes retrocessos no diálogo, tidos por alguns como sinais evidentes de fracasso a nível das delegações, acontecem numa altura em que os ataques armados no centro do país se tornam cada vez mais frequentes.

A propósito dos confrontos armados, a delegação do Governo, que esteve hoje no Centro de Conferência Joaquim Chissano para aquela que seria a 25 ª ronda, repudiou os ataques que aconteceram recentemente atribuindo responsabilidade à Renamo. “Fomos colhidos por mais um incidente provocado pela Renamo, que atacou as nossas Forças de Defesa e Segurança. Perante este ataque, as FDS não tiveram outra opção se não responder à medida da agressividade manifestada”, disse o chefe da delegação governamental, José Pacheco.

Pacheco disse na altura que o Governo não chegou a receber nenhuma comunicação da parte da Renamo manifestando indisponibilidade para o encontro desta segunda-feira, daí que a sua delegação fez-se ao local do encontro.

Para Pacheco, o comportamento da “Perdiz” revela que não existe só uma Renamo, mas sim “três Renamos”. Ou seja, “uma que transparece querer fazer um jogo democrático na Assembleia da República, outra que também transparece pretender ter um diálogo positivo à volta das questões de interesse nacional, mas ao mesmo tempo uma Renamo fazendo vítimas aos concidadãos”.

Apesar disso, a equipa do Governo diz que continua disponível para manter o diálogo com a Renamo até que se alcance o tão almejado consenso. Esta equipa considera estranho que a Renamo não tenha recursos, como alega, para deslocar a equipa técnica a Maputo para discutir assuntos de interesse nacional, mas os tenha para fazer festas de celebrações, numa clara alusão à cerimónia havida semana passada para assinalar a morte do seu fundador, André Matsangaissa.

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