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De pequenino é que se endireita o pepino

De pequenino é que se endireita o pepino

Se alguma dúvida houvesse de que é de pequeno que se torce o pepino, a turma de Iniciação Musical da Escola Nacional de Música desfê-la repentinamente. As crianças dão uma lição a todos os que pensam que música é apenas uma soma de sons e ritmos. Com idades compreendidas entre cinco e oito anos, os miúdos tocam com mestria alguns instrumentos musicais.

Faltam dez minutos para as oito da manhã. A aula ainda não começou, mas as crianças da turma de Iniciação Musical da Escola Nacional de Música já estão agitadas, correndo para pegarem alguns instrumentos musicais. Preparam-se para mais um dia de aprendizagem. Pautas, de notas de música, estão espalhadas por cima das carteiras.

Às oito horas, com a entrada da professora na sala, os alunos concentram-se para se expressarem através da música. Fazem- no duas vezes por semana – às terças e sextas-feiras. Hoje é o dia dedicado à leitura de pauta. A aula começa com um curto ensaio de canto, fazendo-se acompanhar por alguns instrumentos.

Ouvem-se sons de batuque, chocalhos e pandeiretas em perfeita harmonia. A musicalidade das suas vozes fantásticas toma conta da sala. Por serem ainda muito novos, eles têm de se habituar, primeiro, a esses instrumentos musicais e a fazer pequenos exercícios de canto, explica a professora Mariza que lidera a turma desde o princípio do ano.

O grupo é composto por 13 crianças, das quais três são miúdos com algumas necessidades especiais, porém, nem sempre foi este o número. A turma começou com 18 petizes, mas, com o andar do tempo, alguns foram desistindo.

Na sala os pequenos não só têm aulas de educação musical onde aprendem a tocar instrumentos musicais, a cantar acompanhados de instrumentos e a aguçar a sensibilidade aos sons, mas eles também aprendem a despertar a sua criatividade, a expressarem a sua personalidade e a tornarem-se mais extrovertidos.

“A educação musical é importante na vida das crianças. Além de tocarem instrumentos, elas aprendem a comunicar-se com maior naturalidade”, comenta a professora Mariza, que trabalha com petizes há pouco mais de 10 anos – uma tarefa nada fácil, mas que faz com prazer, até porque “adoro trabalhar com as crianças”.

Para os miúdos, as aulas de música não são uma mera actividade extracurricular, mas sim verdadeiras fontes de conhecimento e lazer. A paixão pela arte fez com que alguns pedissem aos pais que os matriculassem nesta escola, e os restantes, na sua maioria, estão aqui por influência dos seus encarregados de educação, mas, com o tempo, descobriram o amor à música.

Durante uma hora e meia, as crianças aprendem a libertar as qualidades inatas e descobrem o que pretendem ser amanhã. Todos têm o mesmo sonho se cada um fosse Presidente da República por um dia: abrir mais escolas de música para as crianças e meninos de rua.

Kelvin Nguila, de oito anos de idade, gosta de tocar todo o tipo de instrumentos, mas o seu sonho é tornar-se um grande guitarrista. Adora aulas de canto e gostaria de ensinar música a todos os meninos de rua. Já Jéssica de Castro quer tocar piano. Com apenas oito anos de idade, ela aprendeu a gostar de música e quer fazer dela o seu modo de vida.

Yuran dos Santos pediu aos progenitores para ingressar na Escola de Música. Tem sete anos de idade e também sonha em ser baterista, enquanto Shelsia Claúdia, de oitos de idade, ainda não decidiu o que pretende ser, mas gosta de tocar batuque. Marlon Banze tem a mesma idade e sente-se feliz por aprender as notas musicais e a tocar instrumentos.

Além desses, fazem parte desta turma de noções básicas de música Dalila Ribeiro, Outhuria, João Júnior, Lucas Carlos, Maria Duarte e Orlando José.

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