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Custo de prevenção da SIDA seria três vezes maior em 2031

Quando a pandemia da SIDA completar meio século em 2031, a despesa em tratamentos nos países em vias de desenvolvimento será de cerca de US$35 biliões, o triplo do custo actual, vaticinam especialistas.

O economista Robert Hecht e uma equipa de pesquisadores publicaram os estudos sobre saúde e economia, elaborados em 14 países em desenvolvimento, na última edição da revista Health Affairs, produzida pela Fundação People-to-People Health. “Encaramos uma crise enorme”, disse Hecht, director do Instituto Resultados para o Desenvolvimento, com sede em Washington.

“Mas temos uma oportunidade e obrigação de mitigar esta crise, tomando agora as decisões sobre políticas públicas difíceis, mas necessárias”, acrescentou. Os pesquisadores sustentam que mediante investimentos nos esforços de prevenção e tratamentos eficientes, os Governos poderiam cortar em mais de metade o custo de combate à pandemia causada pelo Vírus de Imunodeficiência Adquirida (HIV).

“Para o ano 2031, os fundos necessários para o tratamento da SIDA nos países em desenvolvimento poderia chegar a US$ 35 biliões anuais, três vezes mais que o nível actual”, sublinha o artigo, adiantando que “ mesmo assim, a cada ano haverá mais de um milhão de pessoas infectadas. Actualmente, há no mundo cerca 33 milhões de pessoas infectadas pelo HIV”.

Se não ocorrerem mudanças nas campanhas de prevenção em África, “haverá mais de 10 milhões de indivíduos sob tratamento em 2031, contra os actuais 4 milhões “, alertam os estudos, cujos autores também exortaram os Estados com renda média, incluindo Brasil, China, Índia e África do Sul, “a assumir parte do custo do tratamento e prevenção do HIV, a fim de facultar fundos para os países mais pobres, que verão as suas economias serem muito afectadas pela doença”.

Outro artigo, na mesma publicação, apela aos Governos e autoridades sanitárias para passarem de uma “resposta de emergência” a programas mais estruturados e de longo prazo, para fazer frente à pandemia da SIDA. “A resposta de emergência é adequada para um terramoto, mas é um esgotamento ineficaz para uma pandemia que está connosco há mais de 25 anos”, escreveu Stefano Bertozz, director de HIV na Fundação Bill e Melinda Gates. O que é necessário, acrescenta Bertozzi, são programas de prevenção que realizem intervenções de longo prazo, “desenhados para a mudança das causas sociais fundamentais da transmissão do HIV”.

Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA, enfatizou que deve- se incrementar o financiamento global, “para uma agenda forte de pesquisa que inclua desde vacinas a novas modalidades de prevenção”. Na opinião do director, as contribuições dos países ricos e de renda média “até agora foram limitadas”. Entre as novas acções e tecnologias que o artigo de Hetch recomenda está a circuncisão, que “demonstrou ser uma medida eficaz de prevenção do contágio contra o vírus HIV”, segundo o especialista.

Hecht diz que “o impacto do uso de preservativo e dos compostos microbicidas é modesto e limitado” na prevenção da infecção, mas, mesmo assim, estes métodos profiláticos são recomendáveis. “Embora a profilaxia prévia à exposição talvez não mude muito o panorama da SIDA a nível global, pode ser importante em países como o México, onde a doença se concentra entre homens que têm relações sexuais com outros homens, e os usuários de drogas injectáveis”, acrescenta.

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