Um médico tradicional, proveniente do distrito fronteiriço de Milange, apoderou-se de 25 mil meticais da sua paciente em pleno tratamento, na casa da vítima. O caso deu-se num dos bairros da cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia.
Segundo o jornal Diário da Zambézia, que cita acusado, a sua paciente chamou-lhe de Milange para Quelimane e pagou todas as despesas. O curandeiro alojou-se na casa da sua paciente para poder efectuar, com tranquilidade, os seus trabalhos. Num dos dias marcados para a realização dos trabalhos, o curandeiro, em pleno tratamento, pediu a paciente para que abandonasse a casa por alguns minutos, como forma de seguir algum ritual que iria permitir que a situação da paciente fosse resolvida.
A paciente, para atingir os seus objectivos para os quais chamou o curandeiro, acatou a mensagem e saiu do interior de casa e deixou o seu curandeiro sozinho. Aproveitando-se da sua perícia, o curandeiro fez o seu trabalho e descobriu, acidentalmente, que numa das sacolas da sua paciente havia 25 mil meticais em dinheiro. Sem pestanejar o curandeiro apoderou-se dos valores monetários.
Concluído o trabalho do médico tradicional a paciente voltou a sua residência e o tratamento continuou. Só que como naquela casa só viviam os dois, eis que um dia depois, a senhora (paciente), vai ao seu cofre para levar algum valor para pagar o seu curandeiro pelo tratamento feito, isto porque também o tempo de estadia do homem vindo de Milange já havia esgotado, encontrou o “cofre” desfeito. Não pensou em mais ninguém, uma vez que, ao longo dos dias em que o curandeiro esteve naquela casa, houve interdição de visitas domiciliárias.
Perguntou ao seu curandeiro se havia visto o valor em causa. Este, logo a prior, negou dizendo não saber o paradeiro. Mas quando a senhora paciente ameaçou em levar-lhe à polícia, eis que aquele curandeiro assumiu ter roubado o valor mas havia mandado para sua esposa em Milange.
Curandeiro confessa ter roubado
Quando a senhora levou o caso às autoridades policiais mais próximas à sua residência, eis que já na esquadra, o curandeiro confessou ter roubado o valor.
O homem disse ainda que, para alcançar os seus intentos, terá usado a magia negra que lhe permitiu descobrir onde estava o valor. “Usei os espíritos para descobrir que ali tinha dinheiro e levei mesmo” – confessa o curandeiro.
PRM coloca-lhe na cela
Confrontado com este caso, a Polícia da República de Moçambique na Zambézia, através da sua porta-voz, Elcídia Filipe, confirmou esta ocorrência e acrescentou também que, neste momento, o confesso está a ver o sol pelos quadradinhos.
De acordo com Elcídia, aquele curandeiro poderá responder pelos seus actos, dai que, neste momento, a polícia fez o seu trabalho para garantir que o acusado esteja num lugar seguro.
Quando questionada pela imprensa se este caso era o primeiro, a fonte policial disse que sim, porque segundo ela, não é normal que um curandeiro vá à casa duma paciente para roubar.
