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CTA quer “reformas ousadas”

O sector produtivo moçambicano tem das estruturas de custo mais elevadas da região e as reformas são demasiado lentas, dizem os empresários, que querem um país mais competitivo, especialmente no agro-negócio, indústria e comércio e turismo. O diagnóstico foi feito esta terça-feira na abertura da XII Conferência do sector privado de Moçambique, que junta em Maputo cerca de sete centenas de empresários moçambicanos e é organizada pela CTA, Confederação das Associações Económicas.

 

 

Salimo Abdula, presidente da CTA, pediu “reformas ousadas” (políticas e regulamentos) que melhorem o ambiente de negócios, dando maior confiança ao país e estimulando a entrada de capitais e novos investimentos no sector produtivo.

No sector do agro-negócio há, disse, uma indefinição e falta de clareza de políticas, é difícil o acesso à terra e os custos de produção e de transacção são elevados. É, por isso, necessário melhorar o acesso ao uso e aproveitamento de terra, mecanizar a agricultura (criando parques de máquinas, por exemplo), adoptar uma política de financiamento do agronegócio, aumentar o número de técnicos agrários e introduzir taxas penalizadoras para as “terras ociosas”.

Baixa competitividade

Também na indústria, o panorama não é bom, de acordo com Salimo Abdula, que, citando um estudo da Associação Industrial de Moçambique, disse que “a produção e competitividade industrial em Moçambique são baixas”, e que o país precisa de mudanças tecnológicas com impacto no processo produtivo, económico e social.

Em Moçambique, segundo o diagnóstico de Salimo Abdula, há défice de mão-de-obra qualificada para a indústria, há limitado acesso e elevado custo de crédito, como elevados são também os custos de transacção. Entre muitas propostas, defendeu o responsável que é preciso aumentar os investimentos em escolas técnicas, investir na inovação e novas tecnologias, e reduzir os procedimentos administrativos, tempo e custo no desembaraço aduaneiro.

É preciso sensibilizar os oficiais alfandegários, “de forma a compreenderem quanto custa ao país ter uma mercadoria parada nas fronteiras e nos portos por causa de procedimentos administrativos”, disse Salimo Abdula.

Turismo

Também no sector do turismo, e apesar de reconhecer potencial, Salimo Abdula queixou-se da baixa qualificação da mão-de-obra e da pouca qualidade dos sistemas logísticos, como os transportes e estradas, energia eléctrica, água e comunicações de dados.

Além do desenvolvimento de infra-estruturas, a CTA, pela voz de Salimo Abdula, quer a “abertura do espaço aéreo para entrada de novas operadoras, sobretudo para destinos domésticos com maior potencial económico”, e a formação “do pessoal que lida directamente com turistas”. A reunião decorre sob o lema “Como produzir com eficiência”

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