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CTA demanda mais apoio do Governo mas Nyusi manda-os “trabalhar” e esvazia a sua importância, o “sector privado em Moçambique é vasto”

CTA demanda mais apoio do Governo mas Nyusi manda-os “trabalhar” e esvazia a sua importância

Na busca de soluções para saída da crise económica e financeira que estamos a viver a Confederação das Associações Económicas(CTA) demandou nesta quinta-feira(28) maior atenção do Governo, adicionais medidas fiscais que estimulem a produção nacional, paz e urgente reconquista da “confiança e credibilidade junto dos parceiros de cooperação”. Em resposta o Presidente Filipe Nyusi mandou os empresários da CTA trabalharem e esvaziou a dimensão da agremiação, “o sector privado em Moçambique é vasto, com preocupações diferentes e necessidades produtivas diversificadas”.

Discursando na abertura da XIV Conferência Anual do Sector Privado, em Maputo, o presidente da da Confederação das Associações Económicas, Rogério Manuel queixou-se que “(…)alguns pontos focais do Governo não mostram disponibilidade para realizar as reuniões mensais com os pelouros da CTA, os ministros que devem encontrar-se bi-mensalmente com o sector privado também não têm tempo e nalguns casos falta-lhes interesse. Quando reúnem normalmente é na véspera de um conselho de monitoria de negócios dirigido por Sua Excia. Senhor primeiro-ministro”.

“O mais preocupante é que não toma decisões e não têm a frontalidade de nos dizerem que não querem uma determinada reforma antes de perdermos o nosso tempo e recursos com o processo de auscultação aos empresários”, acrescentou Rogério Manuel.

Na presença do Chefe de Estado o líder da CTA criticou a “tendência generalizada de criação de novas taxas ou de agravamento das já existentes, aplicação de multas pesadas, reduzindo a competitividade das empresas”.

Rogério Manuel apelou a necessidade do alcance da paz no mais curto espaço de tempo para que os empresários moçambicanos possam voltar a trabalhar normalmente e enfatizou a necessidade “urgente que o Governo trabalhe para reconquistar a confiança e credibilidade junto dos parceiros de cooperação”.

O representante da maior associação de empresários de Moçambique demandou do Executivo a tomada de “medidas de índole fiscal, e não só, que estimulem a produção interna como a remoção do IRPC da agricultura por um período de 10 anos e a eliminação do IVA em todas as transmissões da cadeia dos produtos deste sector”.

“Mobilizar linhas de financiamento externas concessionais para financiar o sector produtivo. Adopção medidas de protecção aos produtos nacionais que mostrem evidência de se tornarem competitivos à prazo. Estudar a possibilidade da redução do IVA, dos actuais 17% para 14%, harmonizando assim este imposto com o da economia que mais directamente concorre com a nossa, portanto a África do Sul” declarou Rogério Manuel que ainda sugeriu que o Estado deveria comprar mais produtos nacionais nas suas despesa em bens e serviços.

Filipe Nyusi esvaziou a dimensão da Confederação das Associações Económicas

O Presidente da República esclareceu aos empresários da CTA que o seu Governo tem acolhido e posto em práticas inúmeras demandas que a agremiação tem apresentado, enumerando cada uma das reformas implementadas durante o seu primeiro ano de mandato.

Filipe Nyusi disse que o seu Executivo está aberto a dialogar com a Confederação das Associações Económicas, citando os encontros regulares do primeiro-ministro com a organização como exemplo, mas deixou um recado aos patrões, “vamos trabalhar”.

Antes o Chefe de Estado deixou claro aos membros da CTA que eles não representam todo o sector privado moçambicano e que muitos deles não são efectivamente produtores mas sim intermediários.

“Posso partilhar uma experiência muito recente quando visitamos a província da Zambézia, fomos convidados para um jantar com os empresários da Zambézia e na conversa ficou claro que eram empresários do sector privado não necessariamente da CTA. Ficamos com a consciência que o sector privado em Moçambique é vasto e com preocupações diferentes, e necessidades produtivas diversificadas. Então ficamos claros que são todos empreendedores de Moçambique e que precisam do nosso carinho e da nossa força” afirmou o Presidente Nyusi.

Ainda no seu discurso o estadista moçambicano declarou que da experiência acumulada nas suas viagens presidenciais pelo País, “ficou claro que queríamos o sector privado forte, e distinguimos que não devíamos pensar ou confundir o sector privado produtivo com intermediários de produção, porque senão não vamos produzir, não vai sair o resultado desejado”, disse Filipe Nyusi.

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