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Cruzeiros turísticos para o Haiti são mantidos: uma forma questionada de ajudar

A companhia de cruzeiros Royal Caribbean decidiu manter o Haiti na rota de seus navios de turismo, apesar da periclitante situação do país após o terremoto da semana passada, afirmando que preservar a actividade e o trabalho de seus funcionários haitianos é a melhor maneira de ajudar.

A Royal Caribbean possui uma ilha própria, a Labadee, no norte do Haiti, a 150 km do epicentro do terremoto que atingiu em cheio a capital, Porto Príncipe. Os cruzeiros da empresa param em Labadee três vezes por semana. Para terça-feira está programada a chegada do “Liberty of the Seas”, um monumental cruzeiro com capacidade para 3.600 passageiros, que pagaram para desfrutar de dois dias no paradisíaco refúgio haitiano, que não foi acfetado pelo tremor.

“Estamos com os itinerários normais, com três navios por semana em Labadee”, disse à AFP a directora de comunicação corporativa da Royal Caribbean, Lyan Sierra-Caro. “Na segunda-feira, o Navigator of the Seas atracou em Labadee; hoje, terça-feira, é a vez do Liberty of the Seas, e na sexta-feira chegará o Celebrity Solstice”, informou Sierra-Caro, indicando que a empresa “não registrou cancelamentos” devido à situação no Haiti.

O anúncio da manutenção das viagens levantou uma forte polémica, questionando se a companhia faz bem em continuar atracando seus cruzeiros em território haitiano como se nada estivesse acontecendo. “Não consigo me imaginar comendo um hambúrguer nessas praias sabendo quantas pessoas morreram, quantas estão morrendo de sede e quantas vão morrer por causa dos ferimentos que sofreram”, disse um passageiro no blog Cruise Critic, contando ter viajado a Labadee pouco antes do terremoto.

A companhia rebateu as críticas, e anunciou que doará um milhão de dólares em ajuda humanitária ao Haiti. Além disso, usará a renda das viagens a Labadee para ajudar as vítimas do terremoto, e mandará em todos os navios que passarem por lá contêineres com arroz, leite em pó, água e comida enlatada. “Ir à ilha e gerar atividade, dos vendedores locais e dos 230 funcionários que temos lá, acreditamos que é importante”, estimou o presidente da Royal Caribbean, Adam Goldstein, em seu blog.

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