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Crise/PM defende reforço da supervisão bancária

A Primeira- Ministra (PM) moçambicana, Luísa Diogo, considera que o reforço da supervisão bancária apresenta-se como um dos desafios do Governo face a crise financeira internacional, que já está a ter um efeito lento mas multiplicador na economia nacional.

Falando Segunda-feira, em Maputo, numa palestra organizada pela Associação Moçambicana de Economistas (AMECON), Diogo disse não existir possibilidade de o país escapar desta crise, pelo facto de a sua economia depender em cerca de 72 por cento das relações com o exterior; ser importador de petróleo e exportador de produtos primários.

Dissertando sobre o tema “Crise Financeira: Desafios e Oportunidades”, a Primeira-Ministra indicou que a realidade económica moçambicana aconselha a que se aborde os efeitos da crise em quatro diferentes dimensões.

“A primeira é o desafio do sistema financeiro. Aqui, decidimos que não deveríamos imitar o que foi feito noutros países e que devemos é fortalecer internamente a supervisão bancária. Tivemos ainda que adoptar medidas de política monetária e cambial para assegurar a estabilidade financeira e uma variação cambial que promova as exportações”, explicou Diogo.

A edição de hoje do jornal “Noticias” cita Diogo a afirmar que este trabalho tem estado a ser feito muito seriamente por parte do Banco de Moçambique, o emissor.

“ No ano passado tivemos que meter um adicional de cerca de 270 milhões de dólares para garantir que o sistema financeiro continuasse a funcionar dentro da sua estabilidade e em condições normais”, revelou a Primeira-Ministra.

A segunda dimensão é a necessidade de manter os fluxos de ajuda externa, dado serem fundamentais para o funcionamento da economia.

De acordo com ela, o Governo negociou, com sucesso, o pacote de ajuda externa para 2009, orçado em 1.9 bilião de dólares.

“Assegurámos ainda o compromisso dos nossos parceiros de garantirem o fluxo regular e completo da ajuda externa, especialmente o apoio ao Orçamento do Estado (O E), que ronda os 480 milhões de dólares”, segundo a PM.

Um terceiro desafio é a necessidade de se continuar a atrair o investimento directo estrangeiro e nacional.

“Continuamos a melhorar o ambiente de negócios, através da aceleração da reforma no sector público, e a promover o diálogo com o sector privado.

Este ano também mudámos a metodologia de trabalho. Os ministros estão a abordar directamente aos investidores, porque sabemos que estes estão a tornar-se cada vez mais selectivos e cautelosos na aplicação dos seus recursos”.

O quarto desafio relaciona-se com as empresas nacionais que têm grandes relações comerciais com o exterior. Sobre esta componente, o país, segundo Diogo, tem mantido um diálogo permanente com estas empresas, para se fazer o acompanhamento da sua situação comercial. “Estamos a mobilizar os países e os parceiros comerciais destas empresas para que mantenham os níveis de relações comerciais já alcançados”, frisou a Primeira – Ministra .

Um outro desafio que não escapou da observação da PM prende-se com a necessidade de se prosseguir com as acções tendentes a melhorar cada vez mais a produção agrícola, visando reduzir a dependência externa e transformar a crise em oportunidade.

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