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Crise financeira: Moçambique procura mercados alternativos

O Governo de Moçambique defende que a solução para a queda das exportações moçambicanas reside na procura de outros mercados que não retraíram devido à crise financeira internacional, revelou, hoje, em Maputo, o Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando.

Na semana passada, o Banco de Moçambique anunciou em Maputo, que o volume de exportações do país registou uma queda na ordem de 36 por cento no primeiro trimestre do ano, comparativamente a igual período do ano passado, que se traduz numa redução de exportações de 543.1 milhões dólares para 347.6 milhões dólares.

Segundo António Fernando, Moçambique está a busca de outros mercados para colocar os seus produtos, tais como a China, Arábia Saudita e Estados Unidos da América. “Para reduzir o impacto da crise nas exportações, o que podemos fazer é procurar outros mercados que não retraíram por causa da crise financeira internacional. Por exemplo, a Europa, principal mercado do camarão Moçambique retraiu e é necessário procurar outros mercados para este produto.

A ideia é enviar os produtos para os mercados que não retraíram a semelhança do americano, a Arábia Saudita e China” disse. Com relação a Mozal, a fundição de alumínio, que tem uma grande contribuição no volume de exportações moçambicanas, o Ministro referiu que pouco se pode fazer, uma vez que dependente da conjuntura internacional.

As receitas provenientes da venda do alumínio situaram-se nos 330.7 milhões dólares no primeiro trimestre de 2008 e apenas 182 milhões dólares em igual período do corrente ano, o que significa um declínio de 45 por cento. Para António Fernando, a situação da Mozal (colocação de alumínio no mercado a preços competitivos) está condicionada as medidas de contenção da crise financeira global adoptadas pelos grupos de países mais ricos do mundo, nomeadamente o G8 e G20.

“Para o caso da Mozal, é preciso ver a conjuntura internacional, porque o que se faz é colocar o alumínio para o mercado internacional para a produção de automóveis, aviões e outros produtos. Se o consumo da aviação civil baixou o que nós podemos fazer?, muito pouco, temos que esperar que as medidas tomadas pelo G8 e G20 surtam efeitos para que o consumo volte a aumentar e a Mozal consiga colocar os seus produtos no mercado” sublinhou.

Apesar do preço do alumínio ter reduzido drasticamente no mercado internacional em relação ao praticado no ano passado, a Mozal continua numa situação financeira “confortável”, uma fez que nos momentos de estabilidade financeira esta fábrica conseguia lucros fabulosos, muito acima do previsto. Hoje, o alumínio é cotado a 1.561 dólares a tonelada, segundo estimativas da London Metal Exchange, quando em igual período do ano passado rondava os 3.000 dólares/tonelada.

Isso ainda não é muito alarmante, pois apesar de o alumínio estar a ser cotado a níveis inferiores de 2008, o mesmo ocorreu com o custo de aquisição de matérias-primas no mercado internacional, o que significa que a empresa não está a ter gastos fora do normal. Até num passado recente, a Mozal era considerada a fábrica com menor custo de produção ao nível do grupo BHP Billiton, um facto favorável à empresa, tendo em conta a situação do mercado.

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