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Criminalidade recrudesce em Nacala-Porto

Há cada vez mais queixas no que toca à criminalidade em Nacala-Porto, província de Nampula, uma acção desencadeada à noite por uma quadrilha de malfeitores, compsta por 10 a 15 elementos munidos de objectos contundentes que, segundo populares, irrompe pelas residências e apodera-se de vários bens, para além de violar sexualmente mulheres e crianças.

Manuel Paulo, um dos residentes do bairro de Ontupaia naquela cidade, acusa a Polícia da República de Moçambique (PRM) de nada fazer para estancar o mal. Ele sustenta que, por várias vezes, os meliantes são detidos e apresentados a instâncias competentes mas, volvidas algumas horas, eles são postos em liberdade sob a alegação de falta de provas.

A população diz que tem sido sensibilizada com vista a evitar a justiça pelas próprias mãos e está a acatar a medida; porém, os agentes da Lei e Ordem não cooperam. “Para não termos problemas com a Polícia optamos por chamar um curandeiro que fez um tratamento tradicional como forma de reduzir a criminalidade na zona. Depois de roubar o meliante terá os dias contados”, disse Manuel Paulo.

Para além do recurso à magia negra, os moradores de Nacala-Porto formaram grupos de combate ao mal a que nos referimos. Para o feito recorrem a paus e catanas para reforçarem a segurança nos bairros durante a noite, uma das estratégias que está a surtir efeitos positivos, de acordo com os próprios moradores.

Para Jamal Bacar, morador no bairro Triângulo em Nacala-Porto, a PRM é culpada do recrudescimento da criminalidade, supostamente porque consente fazer amizades com alguns meliantes. “Não se percebe como é que certos agentes da Polícia que auferem salários magros possam trocar de viaturas em menos de um ano. Eles convivem com indivíduos que por inúmeras vezes foram neutralizados durante os assaltos”.

Por seu turno, Paulik Anafe, comandante distrital da PRM em Nacala-Porto, disse que a sua corporação tem vindo a envidar esforços para estancar a onda da criminalidade naquela cidade portuária, tendo apontado como exemplo uma operação que culminou com a neutralização de duas quadrilhas e os respectivos cabecilhas identificados apenas pelos nomes de Ernest e Rasta, considerados bastante perigosas.

No mesmo trabalho foram recuperados vários bens, entre electrodomésticos, motorizadas, material informático, entre outros. Paulik Anafe disse que é possível que alguns colegas seus estejam envolvidos em crimes ou cooperem com os malfeitores.

Em relação à soltura de meliantes, Paulik distanciou-se desta acusação e responsabilizou os tribunais. “Nós fazemos a nossa parte que é de manter a ordem e tranquilidade pública. Quando neutralizamos os bandidos, eles são encaminhados aos tribunais e é de lá onde vem a ordem de soltura”. Refira-se que a maioria dos indivíduos detidos por envolvimento em crimes é composta por adolescentes de 18 anos.

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