O número de crimes violentos, fundamentalmente cometidos com recurso a armas de fogo, aumentou em 37 casos em Moçambique durante o ano de 2008, comparativamente com o de 2007. Com efeito, segundo o relatório anual do Procurador-Geral da Republica (PGR), Augusto Paulino, em 2008, o país registou um total 740 casos violentos, contra 703, em 2007.
A cidade de Maputo, a capital, registou a maioria dos casos. Em 2008, esta urbe registou 424 roubos com recurso a armas de fogo. Contudo, em 2008, o número global dos crimes cometidos a escala nacional decresceu. Neste ano foram registados 40.312, contra 41.902 de 2007, um declínio de 3,8 por cento. Os tipos legais de crime mais frequentes durante o ano de 2008 foram assassinatos, em número de 613. As ofensas corporais voluntárias situaram-se em numero de 568 casos, enquanto que os furtos em 1.771 casos.
A PGR registou oficialmente 100 violações, 331 casos de fogo posto e um total de 1.771 furtos. Os casos de fogo posto incluem as queimadas descontroladas registadas principalmente na região Centro de Moçambique e que causaram a morte de cerca de três dezenas de pessoas. Mesmo com estes números, Moçambique ocupa um lugar privilegiado em relação aos países membros da SADC, onde representa apenas um por cento de todos os crimes registados nesta região.
África do Sul encabeça este quadro, com 80 por cento de todos os crimes registados na SADC. O Zimbabwe representa sete por cento, a Tanzânia e Angola três por cento cada, Zâmbia e Botswana dois por cento, e a Swazilândia apenas um por cento. Malawi e Lesotho registaram índices aproximados a zero por cento do total regional.
Quanto aos linchamentos, a PGR registou 68 casos, em 2008, no qual 54 pessoas foram assassinadas e 26 ficaram feridas. 52 pessoas foram presas em conexão com estes crimes.