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Coveiros dos cemitérios de Maputo e Matola recebem cabazes de natal

Os coveiros afectos aos cemitérios de Lhanguene, Mahotas, Michafutene, Ndlavela e São Francisco, nos municípios de Maputo e Matola, deixaram de lado as pás e no princípio da tarde desta sexta-feira (21) concentraram-se de fronte da secretaria do Cemitério de Lhanguene para testemunhar um acto de solidariedade, no qual eles próprios eram os personagens principais: “o natal dos coveiros”.

Um grupo de pessoas benevolentes decidiu fazer sorrir, com cabazes do natal, os que por estas alturas do ano não têm como festejar condignamente por causa da sua precária condição social e financeira.

Pouco mais de horas e meia foi suficiente para um grupo de quatro mulheres rasgar sorrisos de 146 coveiros com cabazes contendo diversos produtos alimentares e artigos de vestuário angariados numa campanha que tinha como finalidade oferecer pelo menos um dia de alegria àqueles que necessitam.

A responsável do grupo, Teresa Caliano, disse que o gesto enquadra-se nas celebrações do natal do coveiro, um momento que visa reconhecer o trabalho feito por aqueles que dia-pós-dia lidam com morte de forma natural.

Abrem as covas nas quais quase todos os mortos repousam eternamente. Os cabazes entregues continham quilogramas de arroz, açúcar, farinha de milho, de trigo, peixe, óleo alimentar e bebidas. Receberam também um artigo de vestuário por pessoa.

Por sua vez, Simão Tovela, representante da Manica Service, disse que a sua instituição abraçou a iniciativa como uma forma de valorizar os coveiros. Estes garantem a última moradia de todos nós. Tomás Felisberto, um dos beneficiários, disse que há sete anos que trabalha no Cemitério de Lhanguene. O seu rosto reluziu de emoção.

Visivelmente emocionado com o gesto daquelas mulheres, referiu que o momento servia para mostrar aos coveiros que têm valor na sociedade. Aproveitou a ocasião para agradecer o gesto: “não importa a quantidade do que recebemos. O mais valioso é o gesto solidário e o respeito que fica com esta oferta que vai atenuar a falta nas famílias?.

Adriano Mequicha é coveiro há 20 anos. Disse estar satisfeito com o gesto nobre, solidário e generoso para com os coveiros. O apoio veio num bom momento e vai atenuar e proporcionar um natal razoável. Adriano Mequicha afirmou que mais do que uma ajuda, o acto foi um reconhecimento do trabalho desempenhado pelos coveiros.

“Fico feliz por saber que há pessoas que reconhecem o nosso trabalho, sobretudo o sofrimento e as dificuldades por que passamos no nosso quotidiano?.

Os coveiros aproveitaram a ocasião para apelar aos conselhos municipais das cidades de Maputo e Matola a seguir os passos daquelas mulheres. Refira-se que há muito tempo que aquelas mulheres fazem este tipo de doações. Foi neste contexto que o administrador do Cemitério de Lhanguene, Gil Libombo, congratulou o gesto das “mamanas?.

Para ele, o trabalho dos coveiros e de toda a direcção do cemitério ficou valorizado. Foram patrocinadores desta iniciativa as seguintes instituições; Kalipesca, Spade bissins, Polana Casino, Erik Charas, Mussagy Mussagy, Anvar Latifo, Solgal-Osman, Equipesca-Sarl, Maria Simbine, TVM, Imobiliária “X”, Jornal @Verdade, Florista Byotina, Comercial Português; Travessia Lda, Pepsi, Maêva Plast, Riz Indústria, Manica Service, Bem bom Internacional, Lda, Benvinda Tamele (Savana), Teresa Tavares, Ester Zandamela, Casa jovem, Clara Soeiro, Soraya Pires, Celso Hassane e Rabia Valgy.

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