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Coppola realiza seu sonho de fazer ‘cinema de autor’

Depois de ganhar cinco Oscar, o cineasta americano Francis Ford Coppola realiza, por fim, o sonho de fazer um cinema mais pessoal, segundo confessou em Paris, onde assistiu à pré-estreia de sua mais recente produção, “Tetro”.

“Quando tinha 20 anos e estava na Escola de Cinema de Los Angeles, jamais pensei que iria fazer grandes produções em Hollywood”, comentou o diretor de “O padrinho”. “O que eu queria então era fazer filmes pequenos, íntimos, pessoais. O que se chama de ‘cinema de autor'”, contou ainda cineasta de 70 anos durante a pré-estreia de “Tetro” na lendária Max Linder, uma das maiores salas de cinema de Paris.

“Mas, aos 22 anos, eu tinha esposa e dois filhos para sustentar, e me afastei por uns tempos desses sonhos. Pensei em dirigir filmes de terror para ganhar dinheiro, pois sempre vendem bem. Assim poderia sobreviver e financiar meus filmes mais pessoais”. Foi só depois que seu filme “A conversação” ganhar, em 1974, a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, que a Paramount ofereceu a direção de “O padrinho”.

Coppola admitiu ter reticências em aceitar a oferta. “Mas meu assistente insistiu que eu tinha que aceitar e fazer o que eles queriam”, contou o cineasta antes de revelar que o assistente em questão era o jovem George Lucas, que viria a ser, mais tarde, o todo-poderoso diretor e produtor da saga “Guerra nas Estrelas”. Coppola teve muitos problemas no início da produçãok mas, por fim, a Paramount cedeu e aceitou fazer o filme com os atores e a ambientação que ele queria.

E “O padrinho” entrou para a história do cinema. “A grande ironia é que o cineasta que queria fazer filmes pequenos acabou virando umdos grandes nomes de Hollywood”, declarou ainda. “Mas agora estou pensando seriamente em procurar qual é o meu lugar no cinema, num momento em que a única coisa que interessa a Hollywood é fazer dinheiro, com filmes como ‘Batman’ e ‘Superman’, e suas sequências”, criticou.

“Pensei que, já que meus vinhedos e minha cadeia de hoteis fazem sucesso e produzem dinheiro, então posso ser meu próprio mecenas e, finalmente, fazer filmes que queria fazer quando era jovem”. “Ou seja, tudo se fez ao contrário. É agora que posso me dar ao luxo de escrever e fazer os filmes que sonhava fazer quando era estudante”. E “Tetro”, segundo ele, é seu primeiro filme nessa sua “segunda carreira no cinema”.

O filme, que estreou no último Festival de Cannes e será lançado no dia 23 de dezembro, é uma história fictícia inspirada nas recordações da família Coppola. O drama sobre a rivalidade dentro de uma família narra a história de dois irmãos, Angelo e Benjamin, que se voltam a se encontrar em Buenos Aires depois de vários anos.

Filmada graças à tecnologia digital, a produção custou 15 milhões de dólares – uma soma irrisória pelos padrões de Hollywood – e conta em seu elenco com Vincent Gallo, o jovem ator Alden Ehrenreich e as espanholas Maribel Verdú e Carmen Maura.

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